PF e Gaeco apontam fraudes em contratos na Prefeitura de Ribeirão Preto.
Entre 31 denunciados, 12 continuam presos e 9 vereadores estão afastados.
Do G1 Ribeirão e Franca
A Justiça de Ribeirão Preto (SP) bloqueou cerca de R$ 11,5 milhões dos réus da Operação Sevandija, entre eles empresários, vereadores e servidores públicos. Segundo a Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, o valor será usado para ressarcimento dos cofres públicos.
PF e Gaeco apreenderam 14 carros de luxo de investigados na Operação Sevandija (Foto: Reprodução/EPTV) |
Deflagrada em 1º de setembro, a Sevandija apura fraudes em contratos de R$ 203 milhões na Prefeitura, além de um suposto esquema de corrupção envolvendo indicação de cargos e pagamento de propina a vereadores em troca de apoio à prefeita Dárcy Vera (PSD) na Câmara.
Além dos valores que foram apreendidos das contas pessoais dos investigados, a Justiça também determinou a apreensão de 14 automóveis de luxo, entre eles dois Porches avaliados em R$ 600 mil cada um. Outros 66 veículos também estão sob guarda judicial.
Consta no inquérito que os agentes da PF e do Gaeco apreenderam também R$ 338 mil com os envolvidos. Desse total, R$ 50 mil estavam na casa do vereador Evaldo Mendonça da Silva, o Giló (PTB), e R$ 14,2 mil no gabinete do presidente da Câmara, Walter Gomes (PTB).
Ex-secretário de Administração e ex-chefe do Departamento de Água e Esgoto (Daerp) e da Companhia de Desenvolvimento Econômico (Coderp) Marco Antônio dos Santos foi flagrado tentando esconder R$ 40 mil em casa. Mais R$ 7,8 mil estavam em um dos quartos do imóvel.
O advogado Marcelo Valente explicou que os bens são apreendidos como medida cautelar, para garantir que os cofres públicos serão ressarcidos, caso os réus sejam condenados pelas fraudes. Por isso, o dinheiro só deverá ser liberado ao final da ação penal.
“O juiz da [Vara] Criminal tem que definir que esse crime realmente ocorreu e depois disso esse dinheiro vai ser destinado aos cofres públicos. Quando consegue averiguar a origem do dinheiro desviado, teoricamente volta para o mesmo órgão que sofreu o desvio”, afirmou.
Transferência
Entre as 31 pessoas indiciadas pela PF e denunciadas pelo Gaeco, 12 permanecem presas preventivamente. Nesta sexta-feira (16), sete homens foram transferidos para a Penitenciária "Dr. José Augusto César Salgado" em Tremembé (SP). São eles:
- Marco Antonio dos Santos, ex-secretário de Administração;
- Ângelo Invernizzi Lopes, o ex-secretário de Educação;
- Sandro Rovani Silveira Neto, advogado do Sindicato dos Servidores Municipais
- Layr Luchesi Junior, ex-secretário da Casa Civil
- Davi Mansur Cury, ex-chefe da Coderp
- Jorge Carlos Amin, engenheiro da Aegea Saneamentos
- Paulo Roberto de Abreu Junior, gerente da Atmosphera Construções e Empreendimentos
Outras três mulheres foram transferidas para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Paulo (SP). São elas:
- Maria Lúcia Pandolfo, funcionária da Coderp
- Vanilza da Silva Daniel, ex-gerente de recursos humanos da Coderp
- Alexandra Ferreira Martins, funcionária da Atmosphera
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), o ex-diretor técnico do Daerp Luiz Alberto Mantilla Rodrigues Netto permanece no CDP de Ribeirão. Já o dono da Atmosphera, Marcelo Plastino, está preso no CDP de Serra Azul (SP).
Operação Sevandija
Deflagrada em 1º de setembro, a Operação Sevandija prendeu 11 pessoas por suspeita de participação em esquema de fraude em contratos de licitações de R$ 203 milhões na Prefeitura de Ribeirão nos últimos quatro anos.
Outras 17 mandados de condução coercitiva e 48 de busca e apreensão foram cumpridos. Agentes da PF realizaram buscas na casa da prefeita Dárcy Vera (PSD) e informaram que as denúncias contra ela são investigadas pela Procuradoria Geral do Estado de São Paulo.
Dois dias depois, o empresário Marcelo Plastino, dono da Atmosphera Construções e Empreendimentos, a namorada dele, também foram presos no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), quando voltavam de uma viagem internacional.
A empresa é suspeita de funcionar como uma espécie de “cabide de empregos” para trabalhadores indicados por vereadores, em troca de apoio político ao governo da prefeita na Câmara Municipal.
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