Abandono no Ciep do bairro Jardim Catarina, em São Gonçalo



Maíra Mello

Muros riscados, pintura descascando, janelas sem grade. Essa é a situação do Ciep Anita Garibaldi, no bairro Jardim Catarina, em São Gonçalo, onde estudam cerca de 700 crianças, a partir de cinco anos. Pais de alunos reclamam da precariedade da escola. O comerciante Alexandro Marins Mendes, de 33 anos, tem dois filhos estudando no Ciep e lamenta a situação. De acordo com o comerciante, a falta de funcionários é um dos problemas da escola.

"Há apenas uma pessoa para ser vigia, inspetor e ainda cuidar da limpeza", afirma Alexandro. E os poucos profissionais ainda se dividem nas tarefas. "Até a diretora acaba indo para a sala de aula ensinar os alunos", comentou Alexandro.

A dona de casa Virgínia dos Santos Cabral, de 27 anos, também está indignada com a situação. Ela tem um irmão e um filho estudando no Ciep e diz que, por falta de segurança, a escola também acaba sendo alvo de bandidos.

"Nos finais de semana não há vigia. Por isso fica fácil o acesso de qualquer pessoa na escola, podendo virar ponto de consumo de drogas".

A falta de segurança não pára por aí. A escola já foi assaltada duas vezes.

"Entraram e roubaram os cabos da sala de informática. Conseguimos novos cabos, que foram roubados novamente", conta a diretora Verônica Oliveira.

A diretora alega que o problema é a transição de governo. A escola era de responsabilidade do Estado e foi municipalizada em janeiro. Com isso, houve a exoneração de funcionários.

"Temos projetos para a melhoria da escola, como a criação de parque, sala de recurso, torneios e atividades esportivas. Mas tudo isso para o início do próximo ano", garante ela.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação de São Gonçalo, o Ciep Anita Garibaldi foi municipalizado em 2008. Por conta disto, o Governo Estadual ainda não teria feito o repasse de verbas para manutenção da unidade, que inclui pintura e reparos. Além disso, a unidade contaria com quatro cozinheiras e dois vigias, que trabalhariam, inclusive, no final de semana. A secretaria se preocupou em enfatizar ainda que os professores, de forma alguma, são responsáveis pela cozinha ou pela limpeza da unidade.

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