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Comercial que satirizava frase de ministra sai do ar; governo nega ingerência

DA REDAÇÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma campanha publicitária da montadora Peugeot saiu do ar depois de dois dias de veiculação, na quinta e sexta-feira da semana passada. O comercial trazia um homem vestido de mulher, insinuando com ironia ser a ministra do Turismo, Marta Suplicy. O texto da propaganda dizia: "Relaxa e compra".

O slogan fazia referência à polêmica resposta dada por Marta em 13 de junho. Quando questionada sobre qual sugestão daria a quem deseja viajar, mas fica desanimado com o caos aéreo, afirmou: "Relaxa e goza". A ministra se desculpou no mesmo dia.

A propaganda da Peugeot gerou polêmica. No fim de semana, o site do Clube de Criação de São Paulo, entidade fundada em 1975 e que realiza uma eleição anual de melhores propagandas, publicou que a campanha teria sido retirada do ar depois de um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A partir da próxima quarta-feira o comercial será substituído por um filme sem a presença da personagem. Ontem, as assessorias de imprensa da montadora e da agência Euro RSCG Brasil, responsável pela conta da Peugeot, negaram ingerência do governo e disseram que a mudança faz parte da estratégia de marketing, que "tem como tema a crise aérea".

A presidência também negou que Lula tenha pedido a retirada do comercial do ar. Já a assessoria de Marta Suplicy afirmou que ela não viu o comercial por estar envolvida em atividades relacionadas aos jogos Pan-Americanos.

O site do Clube de Criação havia entrevistado Jáder Rossetto, VP de criação da Euro RSCG Brasil. Ele dizia no site que "um pedido de Brasília não poderia ser negado".

Ontem, em entrevista por telefone à Folha, Rossetto apresentou outra versão: afirmou que a retirada foi uma decisão tomada pela Peugeot e fazia parte da estratégia. "A campanha vai até o outro final de semana. A gente teve que usar o plano B, que a gente tinha, que era substituir esse comercial por um só com as ofertas de carro, sem a personagem da campanha", afirmou.

"A Peugeot achou melhor substituir o filme. A gente já tinha essa estratégia definida e achou que era o melhor mesmo.Talvez o filme fosse causar polêmica demais. Na verdade, o comercial não ofende ninguém, né?"

Segundo Rossetto, a nova filmagem ocorreu entre quinta e sexta-feira da semana passada porque o mercado de varejo de automóveis "é muito dinâmico e rápido".

O publicitário contou que os telespectadores elogiaram a idéia. "A recepção foi ótima. Os consumidores não só foram nas revendas muito mais do que o normal, como ainda ligaram pedindo na central de atendimento da Peugeot o comercial."

Comentários

Luiz Maia disse…
Isso que é autoritarismo. Os petistas, que tanto esbravejavam contra, estão exercitando o poder autoritário, discriminatório e criminoso. Onde está a liberdade? Não se pode mais fazer piada dessa comédia de (des)governo? Fala sério! Viva a liberdade de expressão! Abaixo a ditadura!

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