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Macalão é preso por agentes da promotoria

Jornal do Comércio

O diretor administrativo afastado da Assembléia Legislativa do Estado, Ubirajara Amaral Macalão, foi preso novamente na manhã de ontem. Detido por agentes da força-tarefa, que atuam na Promotoria de Justiça Especializada Criminal da Capital, ele foi surpreendido em uma clínica psiquiátrica em Porto Alegre. Macalão é suspeito de receber mensalmente propina de R$ 2,5 mil da Silvestre, empresa de limpeza contratada pelo Parlamento estadual, e será denunciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Como diretor administrativo do Parlamento, Macalão era responsável pela fiscalização do cumprimento dos contratos com as empresas prestadoras de serviços para a Assembléia.

Também foi detido um dos proprietários da empresa, José Odair Nunes. O irmão dele, Autino Nunes, que também é sócio da Silvestre, está foragido e continua sendo procurado pelos agentes. Os empresários vão responder por corrupção ativa e formação de quadrilha.

As prisões preventivas foram pedidas pelo Ministério Público e determinadas pela 2ª Vara Criminal do Fórum Central. A acusação de pagamento de propina foi identificada pela sindicância realizada pela Assembléia Legislativa.

Após serem detidos, Macalão e José Odair prestaram depoimento ao promotor de Justiça Ricardo Herbstrith, que instaurou a investigação para apurar a fraude no Legislativo. Os dois deixaram a sede do Ministério Público e foram conduzidos ao Presídio Central.

Segundo o promotor, a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos envolvidos pode comprovar o pagamento da propina. A operação teria iniciado em fevereiro de 2006 e seguido até junho deste ano. Ele informou que, conforme a investigação, Macalão mandava que um funcionário fosse mensalmente à sede da Silvestre, na cidade de Canoas. Lá, ele receberia um cheque que era descontado e entregue a Macalão. O valor, acrescido de mais R$ 500,00, seria usado para o pagamento das prestações de uma casa de praia, local onde a Polícia Federal apreendeu uma grande quantidade selos desviados por Macalão.

Herbstrith anunciou que a Justiça já determinou o seqüestro da casa de praia "porque há provas contundentes de que o bem foi adquirido com dinheiro proveniente de corrupção".

Hoje, o Ministério Público irá buscar Macalão e José Odair no presídio Central para que prestem um novo depoimento à tarde. Amanhã, a denúncia deve ser encaminhada à 2ª Vara Criminal da Capital.

Recentemente, a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público da Capital ajuizou medida cautelar pedindo a indisponibilidade dos bens do ex-diretor administrativo e de outras duas pessoas ligadas a ele para tentar rever os danos causados ao erário público.

Macalão e o motoboy Claiton Costa Alves, acusado de revender selos comprados e pagos pela Assembléia, foram presos pela Polícia Federal no dia 14 de agosto. Os mandados de prisão temporária foram determinados pela Justiça para evitar uma eventual destruição de provas. Macalão ficou detido na carceragem da Polícia Federal antes de ser transferido para o Instituto Psiquiátrico Forense. Ele foi libertado na sexta-feira, dia 17, depois de ter a prisão revogada pela Justiça Federal. Os advogados de José Odair e de Macalão informam que vão ingressar com pedido de habeas-corpus no Tribunal de Justiça do Estado.

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