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Estado promete contratar profissionais de saúde para UPAs

Por enquanto, quem precisa de atendimento ainda reclama da falta de profissionais. Mais uma vez, nossa equipe encontrou unidades lotadas e pacientes esperando horas por uma ajuda.



Dez mil novos profissionais de saúde. Essa foi a promessa do governo estadual para diminuir os problemas no atendimento das UPAs - Unidades de Pronto Atendimento. Ontem, você viu no Bom Dia Rio o sofrimento dos pacientes que procuram atendimento durante a madrugada. Hoje, o repórter Alex Cunha voltou a rodar as UPAs para saber como estava a situação nas unidades.

No Engenho Novo, Subúrbio do Rio, a Unidade de Pronto Atendimento está vazia. No Irajá, também no subúrbio, a situação é bem diferente. A corrida muitas vezes é em vão, acaba no corredor. Do lado de fora, acompanhamos a agonia de quem tentava controlar a dor enquanto esperava pela ajuda dos médicos.

A mulher que tinha acabado de entrar de cadeira de rodas se juntou a outra que já aguardava na porta dos consultórios, sem nenhum tipo de atenção, o que gerou protestos dos parentes.

“Pelo menos medica ela lá dentro. Se ela morrer aqui dentro não vai prestar porque pressão alta é uma prioridade”, diz a parente da senhora.

Só depois de algum tempo é que elas foram levadas para uma sala. Mas continuaram tendo que respeitar a ordem de chegada na fila.

A mãe conseguiu atendimento para filha muito tempo além do que podia imaginar. “Tem 11 horas que eu estou aqui dentro desta UPA”, calcula a digitadora Ana Paula Amarante.

Ontem a Secretaria Estadual de Saúde admitiu que houve uma redução no número de profissionais das 20 Unidades de Pronto Atendimento. Os enfermeiros civis foram dispensados. Restaram apenas os militares. O serviço de Ortopedia também foi retirado das UPAs e remanejado para três hospitais de referência.

Mas os pacientes deveriam continuar recebendo atendimento nos casos menos graves. Na madrugada de segunda-feira, muita gente que precisou voltou para casa sem solução.

“Essa não é a nossa orientação que temos. Foi uma atitude impensada de alguns profissionais”, aponta o coordenador das UPAs, coronel Ricardo Bruno.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, entre 95% e 99% dos casos que chegas às UPAs são resolvidos. É uma taxa considerada muito satisfatória pelas autoridades de saúde. Mas entre os pacientes a avaliação não atinge níveis tão altos. A principal queixa continua sendo a demora no atendimento.

Em Caxias, na Baixada Fluminense, nove horas depois da entrada do pai, de 70 anos, com dores que dificultavam a respiração o vendedor Denilson Soares se tranquilizou. No diagnóstico, nada grave, mas a ansiedade...

"De 5h até agora: são 2h. Se fosse qualquer outro tipo de enfermidade ou coisa pior, com certeza teria morrido”, reclama o vendedor Dnilson Soares.

O pedreiro Sérgio Paulo Silva também estava há mais de seis horas esperando. Durante cinco horas ele ficou na antessala, longe do consultório, sem passar por nenhuma triagem.

"Fui atendido pelo médico. Não vi enfermeiro nenhum. Na verdade estava lotado, para a quantidade de médico, fica meio difícil”, diz o pedreiro Sérgio Paulo Silva.

A Secretaria Estadual de Saúde prometeu treinar novos profissionais para trabalhar na portaria das UPAs, ainda este mês. O governo informou também que, por enquanto, não há como reduzir o tempo de espera nas unidades.

Ontem, nós mostramos a falta de ortopedistas nas UPAs. Sobre este problema, o secretário de saúde Sérgio Côrtes admitiu que o estado tem carência desses profissionais na rede pública. Segundo ele, já foram feitos dois concursos para esta especialidade - mas não foram aprovados médicos suficientes para preencher todas as vagas.

Para melhorar a situação, a secretaria de saúde decidiu concentrar o atendimento ortopédico em três grandes hospitais: o Albert Schweitzer, em Realengo, o Getúlio Vargas, na Penha, e o Adão Pereira Nunes, em Saracuruna.

No início da manhã, a secretaria nos informou que o secretário Sérgio Côrtes fez visitas surpresas durante a madrugada em várias UPAs. Ele constatou a grande procura dos pacientes nas unidades. Essas visitas serão frequentes para providenciar as melhorias.

Comentários

Luiz Maia disse…
Quer dizer que as promessas de campanha são só isso mesmo, promessas. O péssimo (des)atendimento à saúde do povo do Rio de Janeiro vai continuar sendo nos hospitais lotados, sem condições mínimas de atendimento e higiene. Quem vai às UPA`s tem que procurar um hospital público. Grande governo, senhor Sérgio Cabral.

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