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Tião Viana emprestou celular pago pelo Senado para filha viajar ao México



BRASÍLIA - O senador Tião Viana (PT-AC), que perdeu a disputa pela Presidência do Senado para José Sarney (PMDB-AP), é mais uma vítima da onda de denúncias que atinge a Casa. Em plena campanha para presidir o Senado, o petista emprestou um dos celulares que a Casa põe a seu dispor - sem limite de gasto e pago com dinheiro público - para a sua filha mais velha levar numa viagem de 15 dias ao México, em janeiro. Procurado ontem pelo GLOBO, Viana não sabia, até a noite, o valor da conta, embora tenha solicitado à diretoria-geral cópia da fatura. O senador então prometeu arcar com qualquer gasto extra registrado no aparelho. É o que mostra reportagem de Adriana Vasconcelos na edição desta quarta em O GLOBO.

- Era a primeira vez que minha filha fazia uma viagem sozinha, por isso lhe emprestei o celular, para que eu pudesse localizá-la. Ela assumiu o compromisso de não fazer nenhuma ligação. Mas a responsabilidade é minha, e estou disposto a pagar qualquer gasto extra que tenha sido cobrado do Senado, seja de R$ 1 ou de R$ 50 mil - justificou o senador.

Ao se defender, Viana deixou clara sua suspeita de que o vazamento sobre esses gastos poderia ter partido do gabinete da presidência da Casa.

- Se querem me intimidar com isso, quero deixar claro que, pela minha filha, respondo eu. Felizmente, ela não tem sobre a mesa R$ 2 milhões e nem tem a Polícia Federal à sua volta - disparou, numa referência ao montante descoberto pela PF na sede da empresa Lunus, da senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) e de seu marido, quando ela se lançou pré-candidata à Presidência da República, em 2002.

Segundo a Secretaria de Comunicação do Senado, todos os senadores têm direito a um celular sem limite de gasto. Nos aparelhos residenciais, o teto foi fixado em R$ 500. Não foi informado, porém, quanto a Casa gastou no último ano só com os celulares. Além dos 81 senadores, pelo menos 122 servidores têm celulares pagos pela instituição, o que consome anualmente aproximadamente R$ 457 mil. Sarney determinou ontem a redução de R$ 350 para R$ 300 no teto de gastos com celular dos servidores.

Colaborou Maria Lima

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