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Cariocas sofrem com transportes em que ar-condicionado é luxo

Repórteres do GLOBO embarcaram em ônibus, trens e metrô. Os trens são os mais quentes.
 
O Globo


RIO - Chega a ser desumano, resumiu André de Souza Nunes, de 40 anos, enquanto tentava, com um leque, driblar o forte calor de terça-feira dentro do vagão rumo a Japeri. Em trens como o dele, nos ônibus ou no metrô, o carioca sofre nos transportes públicos durante o verão. Ainda mais em dias como o de ontem, quando os termômetros registraram 39 graus à sombra, em Santa Cruz igualando o recorde da estação, verificado em 25 de janeiro, segundo o Climatempo.


Dos 160 trens da SuperVia, apenas 40 são refrigerados (25% da frota). Dos 7.938 ônibus convencionais, somente 848 (11%) têm ar-condicionado. O percentual vai a 17% quando somados os 610 frescões. O metrô, por sua vez, tem ar-condicionado em todas as composições, mas a superlotação prejudica o bom funcionamento do sistema, sobretudo na Linha 2, que fica exposta ao sol. 

O único transporte público em que refrigeração é regra, e não exceção, são os 32 mil táxis que circulam na cidade desde que estejam funcionando, é claro. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Taxistas do município, Cássio José de Castro, todos operam com ar-condicionado, em cumprimento à lei da Secretaria municipal de Transportes.

Dentro do trem, só com leque

Repórteres do GLOBO embarcaram na terça-feira nos três meios de transportes ônibus, trens e metrô. Os trens, sem a sombra de dúvida, são os mais quentes.

No ramal de Saracuruna, há trens com ar, mas eles custam a passar. Nesse ramal de Japeri, nunca embarquei num trem com ar contou o passageiro André, que abriu esta reportagem.

O leque com que André tentava se refrescar, no entanto, era da amiga Cláudia Silva, de 30 anos, moradora de Gramacho, que não dispensa o adereço nas suas viagens de trem.

À noite, mais um transtorno no metrô: às 21h20m, o tráfego regular foi interrompido para a retirada de quatro trens, levados para manutenção preventiva do ar-condicionado. A manobra, segundo a concessionária Metrô Rio, levou 20 minutos e foi tomada para amenizar o desconforto dos passageiros nestes dias de muito calor. Nenhuma estação foi fechada, disse a empresa, e o intervalo entre as viagens chegou a 15 minutos.

Já no caso dos trens da SuperVia, a previsão é que, até 2014, toda a frota de trens esteja refrigerada. A empresa disse estar investindo R$ 2,4 bilhões, em parceria com o estado, para a compra de 120 novos trens, todos climatizados (30 já foram encomendados e, destes, quatro já chegaram). Os recursos serão aplicados também na modernização de 73 composições da atual frota, que passarão por reforma e ganharão o sonhado ar-condicionado. Os primeiros trens da nova frota estão em fase final de testes e entrarão em operação em março. Até o fim do primeiro semestre, serão 17, entre novos e modernizados, operando nos cinco ramais.

O Sindicato das Empresas de Ônibus do Rio (Rio Ônibus) informou que as quatro linhas de BRTs, que serão implantadas até 2016, terão ar-condicionado. São cerca de 600 veículos. Outros 300 ônibus do tipo convencional, que vão alimentar o BRT na Zona Oeste, também serão refrigerados.

De acordo com o meteorologista André Madeira, do Climatempo, em alguns pontos da cidade, a sensação térmica foi de até 43 graus na terça. A tendência é que o calor continue até sexta-feira e que os termômetros marquem 40 graus nesta quarta-feira.

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