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Deputado tucano desiste de 'cura gay'; Feliciano ameaça retomar proposta em 2015

Débora Melo
Do UOL, em Brasília

O deputado federal e pastor evangélico João Campos (PSDB-GO), autor do projeto que ficou conhecido como "cura gay", anunciou nesta terça-feira (2) que desistiu da proposta.

A decisão foi tomada após o PSDB se posicionar contra a medida depois da onda de manifestações que se espalhou pelo país, algumas delas contra a cura gay -- o partido chegou a dizer, em nota, que o projeto era um "retrocesso". O deputado decidiu retirar a proposta de pauta após reunião de lideranças partidárias da Casa realizada hoje (veja no final do texto a justificativa do parlamentar).

Polêmico, o Projeto de Decreto Legislativo (PDC 234/11) recebeu o apelido de cura gay por alterar resoluções do Conselho Federal de Psicologia que proíbem que profissionais participem de terapias para alterar a identidade sexual do paciente ou que tratem a homossexualidade como doença.

A proposta foi aprovada na CDH (Comissão de Direitos Humanos da Casa), presidida pelo deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP), no último dia 18. Segundo a assessoria jurídica da Câmara, como o projeto teve parecer favorável na comissão, a retirada da pauta vai ter que ser votada no plenário da Câmara. A data da votação em plenário depende da apresentação do requerimento de retirada, o que deve ocorrer ainda hoje.

Desde que entrou na pauta da comissão, a medida foi alvo de protestos da comunidade LGBT e de ativistas que a acusam de ser homofóbica.

Feliciano não desiste

Após a desistência do deputado tucano, Feliciano prometeu, no Twitter, retomar a proposta na próxima legislatura (2015-2018), quando, segundo ele, a bancada evangélica será ainda mais numerosa.

"O PDC não foi arquivado, mas retirado, e pode voltar. E voltará na próxima legislatura quando teremos um número maior de deputados evangélicos", tuitou Feliciano. "Essa perseguição de parte da mídia e dos ativistas nos fortaleceu, e nosso povo acordou. Nos aguardem em 2015! Viremos com força dobrada", acrescentou o pastor.

Na Câmara, Feliciano afirmou que a cura gay está sendo utilizada para tirar o foco das causas dos protestos das últimas semanas. "Esse projeto neste momento está sendo usado para desfocar os protestos verdadeiros da rua, e isso não pode acontecer nunca", disse.

E voltou a dizer que a proposta será aprovada na próxima legislatura. "Sempre soubemos que esse projeto não ia passar porque temos poucas pessoas aqui dentro que lutam dentro desse mote. Na próxima legislatura, a bancada evangélica vai dobrar o seu número e a gente voltar com força."

Durante a Marcha para Jesus, realizada no último sábado (29) em São Paulo, Feliciano já havia afirmado que o projeto da cura gay estava "morto".

Veja a justificativa do autor da cura gay para retirar a proposta


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