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Três são presos durante operação contra fraudes no governo de Rondônia

Grupo criminoso é suspeito de desviar mais de R$ 57 milhões.
Governador de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB), foi levado à sede da PF


Do G1 RO

Três pessoas foram presas durante a Operação Plateias realizada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (20), com o objetivo de desarticular uma suposta organização criminosa, formada por lobistas e agentes públicos, responsável por desvio de verbas e direcionamento de licitações no estado de Rondônia. Os contratos sob suspeita chegam a quase R$ 300 milhões e o grupo teria desviado mais de R$ 57 milhões. A PF alega que não divulgará o nome dos presos para preservar as investigações. O governador do estado, Confúcio Moura, é apontado como um dos supostos envolvidos.

Correção: ao ser publicada, esta reportagem errou ao informar que quatro pessoas haviam sido presas na operação. A PF retificou a informação da coletiva e disse que três foram presos e o quarto suspeito não foi encontrado. O erro foi corrigido às 14h16.

Até 13h40 o governador de Rondônia ainda prestava depoimento na sede da Polícia Federal em Porto Velho, para onde foi levado por volta de 8h30 desta quinta-feira.

A operação é realizada em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU) e Ministério Público (MP). Foram cumpridos 193 mandados, em nove estados e no Distrito Federal, além da Espanha. 163 pessoas estão sendo conduzidas coercitivamente – quando a pessoa não é presa, mas é obrigada a ir depor, mesmo que se recuse a prestar declarações. Além disso, foram realizadas 26 buscas. "No momento a posição da Polícia Federal é preservar os nomes. As investigações ainda estão em andamento e estamos procurando individualizar a participação de cada um. É apenas uma fase do processo. A gente ainda está apurando", afirma o delegado da PF, Arcelino Vieira Damasceno.

Durante esta quinta, policiais federais cumpriram os mandados em oito secretarias do governo de Rondônia. Foram encontradas irregularidades nas pastas da Saúde, Justiça, Educação, Desenvolvimento Ambiental, Assistência Social, e Obras e Serviços Públicos. A PF recolheu nas sedes das secretarias, localizadas em Porto Velho, documentos e materiais para comprovar as supostas fraudes.

De acordo com o procurador-geral de Justiça de Rondônia, Héverton Alves de Aguiar, as investigações foram iniciadas em 2012 após desdobramento de outra operação. "Esse trabalho teve início com as investigações da Operação Termópilas, que, naquele momento, foi detectado que outro grupo criminoso estava atuando. Um novo inquérito policial foi instalado", explica Héverton.

O esquema

Segundo a PF, uma organização criminosa, formada por lobistas e agentes públicos, teria desviado mais de R$ 57 milhões, em contratos que chegam a quase R$ 300 milhões. O esquema funcionaria por meio de empresas interessadas em participar de licitações do governo que eram obrigadas a fazer doações a campanhas eleitorais.

As investigações apuraram que empresas interessadas em participar de licitações do governo de Rondônia eram obrigadas a fazer doações a campanhas eleitorais. As licitações eram direcionadas para serem vencidas pelas companhias que faziam parte do esquema criminoso. Em alguns casos, havia até mesmo dispensa de concorrência pública.

Também foram verificados pagamentos indevidos a agentes públicos. Teria sido criado um fundo de propina que chegava movimentar cerca de R$ 2 milhões por mês.


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