O subsolo do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), no Centro, foi alvo de uma nova inspeção, ontem à tarde. Fiscais do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-RJ), da Superintendência da Vigilância em Saúde – órgão da Secretaria Estadual de Saúde – e da Defesa Civil de Niterói foram ao local checar denúncias do presidente da Comissão de Saneamento Ambiental da Assembléia Legislativa (Alerj), deputado Pedro Paulo (PSDB), que realizou uma vistoria no local, na sexta-feira.
O político declarou que havia inúmeras irregularidades no pavimento, como vazamento de água, presença de ratos, entre outros; e ainda ressaltou que pretendia acionar o Ministério Público Estadual (MPE) caso relatório do órgão municipal constatasse riscos, incluindo de curto-circuito.
"Flagramos que a estrutura está precária. Vimos focos de ratos e mosquitos, além de vazamento de esgoto e água, inclusive próxima de fiação elétrica. Mas, esperaremos a avaliação do Crea e da Defesa Civil. Caso o laudo acuse irregularidades graves, acionaremos o Ministério Público", comentou o deputado estadual, que inicialmente foi à unidade, também com o Crea, para verificar as condições de tratamento de resíduos sólidos.
Segundo o assessor de Meio Ambiente do Crea, Adacto Ottoni, desde que comunicada, a Vigilância Sanitária Estadual tomou as medidas necessárias. Ottoni também enfatizou que a direção do hospital estaria empenhando-se para resolver as questões, na tentativa de evitar a interdição.
Ontem, depois da vistoria, os órgãos e a administração do Huap fizeram uma reunião, que até o fechamento desta edição não havia terminado, e ninguém se pronunciou sobre o futuro do hospital.
Problemas – No subsolo do Huap, onde funcionam uma casa de máquinas e o necrotério, mosquitos e roedores foram vistos circulando pelo pátio de acesso. Além disso, no porão havia restos de insumos usados em pacientes.
A fiscalização ainda contatou que o lixo hospitalar não era tratado de forma adequada, burlando as determinações de se reservar um abrigo externo para os resíduos e de separar os resíduos normais dos hospitalares.
Ao acompanhar a primeira inspeção, a coordenadora clínica, Lília Guerra, defendeu a construção de um novo hospital universitário, para garantir o cumprimento das normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A coordenadora, que responde pela área de risco sanitário e de controle de infecções hospitalares da unidade, salientou que o campus do Gragoatá seria o local mais adequado, pois o edifício que atualmente abriga o Huap estaria ultrapassado.