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PF pede autorização ao STJ para investigar Fernando Pimentel (PT)

Em maio, Polícia Federal apreendeu documentos na casa da primeira-dama.
Operação Acrônimo investiga suspeitos de lavar dinheiro para campanhas.


Renan Ramalho e Mariana Oliveira | G1 e da TV Globo, em Brasília

A Polícia Federal (PF) pediu autorização ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para investigar formalmente o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel. A solicitação foi protocolada no tribunal na noite desta quinta-feira (18) sob segredo de Justiça e foi encaminhada para o ministro Hermam Benjamin, a quem caberá decidir sobre a abertura de inquérito.


O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e a primeira-dama Carolina Oliveira Pimentel (Foto:  Pedro Ângelo/G1)O governador Fernando Pimentel e a primeira-dama, Carolina Oliveira Pimentel (Foto: Pedro Ângelo/G1)

O pedido é um desdobramento da Operação Acrônimo, deflagrada em outubro do ano passado e que prendeu, no fim de maio, o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, conhecido como Bené, dono de uma gráfica que prestou serviço para a campanha do governador petista em 2014. No mesmo dia em que deu início à operação, a PF apreendeu documentos num apartamento em Brasília da primeira-dama, Carolina Oliveira Pimentel.

A operação apura suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de sobrepreço e inexecução de contratos com o governo federal desde 2005. Há suspeita de que os recursos desviados alimentavam campanhas eleitorais. Além de Bené, foram presos, também no fim de maio, outras três pessoas, entre elas Marcier Trombiere Moreira, servidor de carreira do Banco do Brasil que trabalhou na campanha Pimentel no ano passado.

Por meio de nota (veja a íntegra abaixo), a Subsecretaria de Comunicação Social do governo de Minas Gerais negou as acusações contra Pimentel e informou que ele ainda não recebeu notificação oficial sobre o suposto pedido encaminhando pela PF ao STJ. "O governador nega com veemência qualquer irregularidade na origem dos recursos utilizados na campanha ao Governo de Minas Gerais em 2014, assim como o seu envolvimento em qualquer atividade ilícita ou não declarada", diz a nota.

Como governador, Pimentel só pode ser investigado com autorização do STJ. Caberá agora a Herman Benjamin pedir um parecer da Procuradoria-Geral da República, órgão de cúpula do Ministério Público, sobre a consistência dos indícios que apontam o suposto envolvimento de Pimentel. O caso deve ser analisado pela vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko.

No mês passado, Pimentel classificou como um "equívoco" a busca realizada pela PF no apartamento de sua mulher. "O mandado de busca e apreensão foi expedido com base numa alegação, numa definição inverídica, absolutamente inverídica", declarou o governador na época. Ele disse que Carolina foi vítima de um erro e que os papéis apreendidos servirão para exclui-la das investigações.

Acrônimo

As investigações da PF na Operação Acrônimo examina as movimentações de 30 empresas. Uma delas teria alcançado faturamento de R$ 465 milhões. Em outubro do ano passado, a PF chegou a apreender R$ 116 mil que estavam com Bené, Marcier e um homem identificado como Pedro Medeiros, num jatinho que vinha de Belo Horizonte e aterrissou em Brasília.

Em maio, numa nova fase da operação, além das prisões, a PF realizou 90 mandados de busca e apreensão, incluindo mais de R$ 100 mil em espécie e dez carros de luxo no Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás. O jatinho usado por Bené, avaliado em R$ 2,5 milhões, também foi apreendido.

Na época, também foi feita uma busca na casa do ex-deputado federal Virgílio Guimarães, em Belo Horizonte. A partir da interceptação de mensagens de celular, a PF concluiu que empresas ou pessoas ligadas a ele receberam R$ 750 mil de Bené.

Veja a íntegra da nota de Fernando Pimentel:

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, ainda não recebeu qualquer notificação oficial sobre o suposto pedido encaminhando pela Polícia Federal ao Superior Tribunal de Justiça. O governador nega com veemência qualquer irregularidade na origem dos recursos utilizados na campanha ao Governo de Minas Gerais em 2014, assim como o seu envolvimento em qualquer atividade ilícita ou não declarada.

Superintendência Central de Imprensa do Governo de Minas
Subsecretaria de Comunicação Social

Colaborou G1 MG


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