Polícia Federal faz operação em Belo Horizonte e tem como alvo ex-juiz do TRE-MG

Segundo as investigações, dois empresários ganharam ação no valor de mais de R$ 2 milhões com a ajuda dele. Empresa de advocacia de ex-juiz afirma que não defende os empresários na ação.

Por Fernando Zuba e Naiana Andrade | TV Globo — Belo Horizonte

A Polícia Federal (PF) faz, na manhã desta quinta-feira (23), em Belo Horizonte, uma operação para levar dois empresários e um advogado para a prestar depoimento na sede da corporação, no bairro Gutierrez, na Região Oeste da capital mineira. A suspeita é que eles teriam feito um acordo para ganhar na Justiça uma ação contra o Banco Rural.

Polícia Federal faz operação em Belo Horizonte e tem como alvo ex-juiz do TRE-MG — Foto: Reprodução/TV Globo

Segundo as investigações, os empresários José Elias da Silva Júnior e Luciano José da Silva, sócios da empresa Packfoods Comércio Empacotadora e Beneficiadora, só conseguiram ganhar a ação no valor de mais de R$ 2 milhões com a ajuda do advogado Bady Elias Curi Neto, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), que teria intermediado pagamento de propina.

Cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos - 1 na casa e outro no escritório do advogado Bady Curi, nas casas dos dois empresários que eram os donos da Packfoods e um em uma empresa não revelada. A operação da PF de hoje em BH foi autorizada pelo ministro Herman Benjamin, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Brasília.

Ainda de acordo com as investigações, há indícios de que parte do pagamento feito pelos empresários ao advogado era para propina dentro do Tribunal de Justiça em favor da Packfoods. As investigações desse caso começaram em 2015 após denúncia.

Em nota, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que, até o momento, não recebeu qualquer informação da Polícia Federal que envolva quaisquer de seus integrantes e que vai se manifestar somente se houver alguma indicação oficial.

De acordo com a Bady Curi Advocacia Empresarial, a ação que teria gerado a investigação foi uma medida cautelar para impedir a negativação da empresa Packfoods que não gerou "ganhos monetários". Os advogados disseram ainda que a ação referente aos R$ 2 milhões "sequer foi julgada" e o escritório não defende a Packfoods no caso.

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