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Conselho de Ética vota 2º processo contra Renan na quarta-feira


GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), marcou para quarta-feira a votação do segundo relatório aberto no processo de quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Neste segundo processo, Renan é acusado de beneficiar a empresa Schincariol junto ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e grilado terras em Alagoas em parceria com seu irmão, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL) -- que está sendo investigado no Conselho de Ética da Câmara.

O relator do segundo processo, João Pedro (PT-AM), já sinalizou na semana passada que deve sugerir o arquivamento das denúncias contra o peemedebista. Hoje, ele disse que não vai cometer injustiças.

"Eu tenho que ter a minha opinião. Se eu for trabalhar com outras, acabo me anulando. Se vai contrariar interesses de A ou B, paciência. A representação é em cima de uma matéria jornalística, temos que analisá-la. Não podemos cometer nenhuma injustiça", disse o relator.

João Pedro afirmou que não vai permitir que influências políticas contra ou a favor de Renan influenciem a votação do seu texto. "Precisamos separar tecnicamente cada representação. Não vou envolver aspectos da segunda representação com a terceira. Nem com a primeira, que já foi votada pelo plenário do Senado."

O relator disse que ainda está finalizando o texto que será apresentado na quarta-feira ao conselho. Segundo João Pedro, o texto vai trazer uma análise técnica e política da segunda denúncia contra Renan. "Eu preciso apresentar um parecer que vá no rumo de ajudar o debate no Conselho de Ética", afirmou.

Quintanilha disse acreditar que o relatório do petista seja aprovado sem percalços pelo conselho, mesmo com a divisão entre parlamentares pró e contra Renan provocada pela absolvição do peemedebista no plenário da Casa, na semana passada.

"O texto será apresentado para discussão e votação. Me parece ser um relatório mais simples. Mas eu só tomarei conhecimento do seu conteúdo durante a votação", disse Quintanilha.

O presidente do Conselho de Ética disse não temer desgastes ao órgão caso a segunda representação contra Renan seja arquivada. "Eu não temo desgaste, estamos em um processo democrático no Senado. Vamos também cuidar da terceira representação", disse.

Quintanilha não adiantou se concederá vista ao relatório caso algum integrante do conselho solicite o adiamento da votação. "Precisamos conhecer a intensidade do relatório para verificar se a vista será mais longa ou curta."

Na semana passada, Renan foi absolvido pelo plenário do Senado, em sessão secreta, no processo que pedia a cassação de seu mandato por quebra de decoro com 40 votos favoráveis, 35 pelo cassação e seis abstenções. Neste primeiro processo, Renan era acusado de usar recursos da Mendes Júnior para pagar aluguel e pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha fora do casamento.

Outros processos

Além do caso Schincariol, Renan é alvo de um terceiro processo no Conselho de Ética do Senado que pede a investigação da denúncia de que ele teria usado laranjas para comprar rádios e um jornal em Alagoas.

O PSOL já protocolou uma quarta representação na Mesa Diretora do Senado, em que acusa Renan de ter participado de um esquema de desvio e lavagem de dinheiro em ministérios chefiados pelo PMDB. Essa representação ainda não foi enviada para o Conselho de Ética.

Comentários

Luiz Maia disse…
Vejam vocês, a que ponto chegou o Brasil. Um criminoso, com vários processos nas costas, é presidente do senado do país. E não ouço falar em punição contra os crimes cometidos por ele. Vai tudo para debaixo do tapete, como sempre. É uma vergonha. O congresso é um lixo.

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