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Estatal não comenta doação de campanha

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO - FOLHA DE SÃO PAULO

A Petrobras informou ontem que não comentará as doações feitas para a campanha do ex-presidente da estatal José Eduardo Dutra (PT-SE) por empresas contratadas ou parceiras. "A Petrobras não tem nada a comentar sobre atos que não dizem respeito à companhia", informou a estatal.

A empresa também se recusou a fornecer os exatos valores e os tipos de contrato que mantém com as doadoras da campanha de Dutra.

A Vale do Rio Doce informou, pela sua assessoria, que a decisão de ajuda na campanha de Dutra foi tomada pelo conselho de administração, mas o critério exato não foi divulgado.

Segundo a assessoria, a Vale "colaborou com o fortalecimento do processo democrático" ao escolher candidatos "de vários partidos e matizes".

A empresa Tenace Engenharia informou ser "uma empresa nordestina com atuação na Bahia e em Sergipe. Resolvemos doar para os doutores Rodolpho Tourinho (PFL-BA) e José Eduardo Dutra (PT-SE) porque somos uma empresa de energia, petróleo e gás, área de atuação deles, e nordestina, como eles. Ninguém nos pediu doação alguma".

O escritório de advocacia Tauill & Chequer informou, em nota, que a doação foi legal e "de maneira espontânea e foi motivada pela admiração em relação à trajetória política, profissional e às propostas do respectivo candidato".

A assessoria da empresa ACV Tecline informou que "a doação foi solicitada à empresa, que decidiu colaborar diante do histórico do sr. Dutra. Foi a primeira doação da empresa a uma campanha eleitoral e tudo foi feito dentro da lei".

A FSTP Brasil foi procurada, mas seu porta-voz não foi encontrado pela assessoria.
A Camargo Corrêa foi procurada, mas não houve retorno.

"Irresponsável"

Anteontem, em entrevista coletiva no Rio, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, atacou reportagens feitas sobre os gastos da empresa. Antes de abrir para perguntas, pediu desculpas pelos momentos nos quais se exaltou.

O repórter Chico Otavio, de "O Globo", se apresentou e, antes que conseguisse concluir a pergunta, Gabrielli afirmou: "Irresponsável!".

O jornalista pediu acesso aos contratos, e após um diretor dizer que ele teria, Gabrielli interrompeu: "Evidente que você não é uma pessoa bem-vinda aqui. Você sabe disso".

O jornalista disse que Gabrielli lhe parecia "nervoso". O presidente rebateu: "Estou nervoso, não. Estou indignado. Estou revoltado".
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