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Obras iniciadas em 1998 no Rio estão inacabadas

O Dia

Zuleido Veras agiu em vários estados e vinha expandindo seu poder até o Rio. Conforme O DIA mostrou com exclusividade na sexta-feira, a Construtora Gautama assinou 19 contratos ou aditamentos com prefeituras e órgãos estaduais do Rio nos últimos nove anos.

O primeiro foi em 1998, com a Companhia Estadual de Habitação (Cehab) para construção de 438 casas populares e urbanização da Favela do Lixão, em Duque de Caxias. A verba era do programa Habitar-Brasil, da Caixa Econômica Federal, e o contrato foi assinado no final do governo Marcello Alencar (PSDB). As obras se arrastaram e agora estão paradas. Depois de vários aditamentos, o valor chegou a R$ 41.848.337,33.

Segundo a Cehab, em 2003 o contrato foi repassado para a LJA Ltda, do ex-sócio da Gautama Latif Mikhaiel Jubur Abud. Ainda é preciso construir seis casas, uma creche e o gradeamento de um canal. A paralisação, de acordo com a Cehab, foi por contingenciamento de verbas. Mas o contrato sofre auditagem interna.

A Gautama também fez negócio com a Prefeitura de São João de Meriti. A contratação foi para obras de saneamento, drenagem e pavimentação nos bairros Parque Juriti e Morro do Pau Branco. Os serviços começaram na administração do ex-prefeito Antonio de Carvalho (PMDB) e continuam no atual governo, de Uzias Mocotó, também do PMDB . Foi feito aditamento contratual. No Morro do Pau Branco, as melhorias ainda não foram concluídas. Moradores reclamam que os serviços se arrastam há vários anos.

A assessoria da prefeitura informou que a Procuradoria do Município só vai se pronunciar se o governo for notificado oficialmente, já que não há investigação em curso até o momento. A prefeitura não informou quais as ruas que foram objeto do contrato, nem onde deveriam ser realizada as obras. A Gautama também tem contratos em São Gonçalo.

Prefeita ameaça tirar empreiteira das obras

A prefeita de São Gonçalo, Aparecida Panisset (DEM), quer impedir a Construtora Gautama de atuar nas obras para as quais foi contratada pela prefeitura. Panisset disse que vai pedir à Construtora Andrade Gutierrez, vencedora das licitações em consórcio com a Gautama, para retirá-la dos contratos. “Vamos analisar juridicamente o caso”, disse a prefeita.

Acusada pela Polícia Federal (PF) de chefiar as fraudes da Operação Navalha, a Gautama tem pelo menos sete contratos com a Prefeitura de São Gonçalo, todos em consórcio com a Andrade Gutierrez. O maior, de R$ 147, 4 milhões, é para obras de canalização dos rios Imboassú, Alcântara e Madeira. A Andrade Gutierrez não comentou a decisão da prefeita, alegando, por nota, que venceu a concorrência “pelo critério de menor preço”. Nenhuma das obras vencidas pelo consórcio Gautama/Andrade Gutierrez foram iniciadas ainda. Segundo a prefeita, também não houve pagamentos. “Nem R$ 1 ”, afirmou Panisset.
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