Zuleido Veras, dono da Gautama, evitava aparecer em excesso e tinha hábitos caros
O Dia
Brasília - O poder do empreiteiro Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, acusada de liderar as fraudes em obras públicas, já vem sendo comparado ao do empresário mineiro Marcos Valério, apontado como operador do esquema do ‘mensalão’ no Congresso. Assim como Valério, que teria pago “mesadas” para deputados para votarem a favor do governo, Zuleido também operaria esquema de favorecimentos financeiros a políticos, mas para garantir liberação de verbas à Gautama.
Entre as semelhanças dos casos Navalha e Valerioduto figuram ainda a irrigação de campanhas políticas de aliados em vários estados e a distribuição de presentes aos colaboradores dos esquemas corruptos.
Paraiabano radicado na Bahia há vários anos, Zuleido Veras esbanjava luxo, mas era discreto em suas ações. Assim, acabou por abocanhar — sem ser notado excessivamente — contratos de mais de R$ 800 milhões com órgãos públicos, especialmente governos estaduais e prefeituras beneficiadas com verbas do orçamento da União.
O empreiteiro é dono de mansão cinematográfica na Bahia, avaliada em R$ 4.5 milhões. O imóvel fica em condomínio de luxo em Lauro de Freitas, Salvador. Entre amigos, Zuleido é conhecido como Charles Bronson do Nordeste ou Mexicano.
A Polícia Federal seguiu o empresário por mais de um ano antes de prendê-lo. Gravações da PF mostram o cuidado que Zuleido sempre teve ao convencer integrantes do esquema sobre o recebimento das propinas. Agora, ele almejava fraudar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
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