FÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A Câmara dos Deputados rejeitou ontem a criação do sistema de voto em listas partidárias --o carro-chefe da reforma política. Em duas votações, os parlamentares rejeitaram tanto o modelo de listas "fechadas", pelo qual o eleitor votaria apenas em partidos em eleições proporcionais, quanto o sistema "flexível", em que haveria a possibilidade de se escolher também um candidato. da Folha de S.Paulo, em Brasília
A reforma continua tramitando, mas bastante fragilizada - assim como a proposta de criação de financiamento público para campanhas eleitorais, uma idéia que vinha sendo associada às listas.
Mas outros pontos menores da reforma ainda podem ser aprovados nas próximas semanas. São eles o fim das coligações para eleições proporcionais (deputado federal, estadual e vereador), a criação de federações de partidos e a instituição da fidelidade partidária.
A lista "fechada" foi rejeitada por 252 votos contra e 181 a favor, e o modelo flexível, por 240 votos contra e 203 a favor. Pesou nas votações uma divisão entre partidos médios (PR, PTB, PP e PDT), contrários à lista, e grandes (PMDB, PT e DEM), favoráveis (com exceção do PSDB). Mas eles sofreram muitas dissidências, que sacramentaram o resultado.
As grandes legendas defendiam as listas porque porque são mais conhecidas do eleitorado e teriam mais facilidade para fazer campanhas do que os pequenos partidos. A lista "fechada" tinha como principal defensor o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO). A lista "flexível" foi apresentada como um projeto alternativo na semana passada, fruto de um acordo entre as grandes legendas.
"Esta noite foi a expressão de que o plenário da Câmara não quer a reforma política. Foi uma opção conservadora dos deputados", disse o deputado Flavio Dino (PC do B-MA), que foi um dos redatores da proposta de lista flexível.
Desde o meio da tarde, quando começou a discussão, o clima era de disputa tensa, com discursos inflamados de lado a lado. A proposta de financiamento misto foi a que causou maior polêmica.
"A grande maioria do dinheiro das campanhas vem dos sanguessugas, dos vampiros, dos anões. Misturar dinheiro público e privado seria explosivo", declarou Caiado, mencionando escândalos recentes.
Na hora da votação, os opositores da lista fizeram pressão gritando "Não! Não! Não!", e exibindo polegares para baixo, em sinal de negativo. Assim que saiu o resultado, o plenário explodiu em comemoração. "Acabou a lista! É o fim do voto biônico!", declarou Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).
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E o povo, vai continuar calado, aceitando qualquer idiotice que venha do Congresso Nacional? Eu só volto a dar meu voto a alguém quando meu voto valer algo. Essa história de vagabundo sem voto assumir mandato político é a maior estupidez que já vi. Mas as vaquinhas de presépio, o povo brasileiro, burro e que não sabe votar, não está nem aí para o problema. "É assim mesmo, fazer o quê, né!" Fala sério!
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