Mensalão: senador Eduardo Azeredo (PSDB) na mira do MPF
setembro 02, 2007
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Procurador-geral vai enviar denúncia contra senador tucano ao Supremo
Paulo Celso Pereira
Brasília - Depois de dois anos sob holofotes, o PT deve passar ainda este mês a coadjuvante nas manchetes sobre corrupção. O próximo protagonista será o PSDB. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, entrega até o fim do mês ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra esquema de caixa 2 usado na campanha à reeleição do ex-governador mineiro Eduardo Azeredo, em 1998.
Hoje senador, Azeredo ocupou a presidência nacional do PSDB por nove meses, até outubro de 2005. Saiu com a revelação de que um dos protagonistas do escândalo, o publicitário Marcos Valério Fernandes e Souza, começou a fazer operações com caixa 2 em sua campanha à reeleição.
A denúncia, desta vez, tem um número menor de envolvidos do que no caso dos 40 acusados que se tornaram réus no STF, mas pode atingir, por exemplo, o ex-vice-governador de Minas, Clésio Andrade, além de, novamente, diretores do Banco Rural e das empresas SMP&B e DNA Propaganda, das quais Valério é sócio.
Nomes e métodos semelhantes
Além dos acusados, os métodos são semelhantes ao mensalão. Valério é suspeito de ter captado empréstimos pela DNA com o Banco Rural durante a campanha de Azeredo, que serviriam para irrigar o caixa 2. Um deles, no valor de R$ 9 milhões, teria sido feito tendo como garantia a conta de publicidade que a agência tinha com o governo de Minas Gerais, então comandado por Eduardo Azeredo, candidato à reeleição. A campanha também teve a participação do publicitário Duda Mendonça, denunciado no caso do mensalão por evasão de divisas.
A outra agência da qual Valério era sócio, a SMP&B, não teria ficado de fora. A pouco mais de um mês da eleição, duas estatais mineiras — a Copasa e a Comig — financiaram, com R$ 1,5 milhão cada, evento de motocross. Semanas depois, entre o primeiro e o segundo turnos, outra estatal, a Cemig, pagou R$ 1,7 milhão à SMP&B supostamente para a impressão de revistas, cartazes e folhetos sobre uso eficiente de energia. Há suspeita de que grande parte dos R$ 4,7 milhões, na verdade, teria sido destinada à campanha. Mas a acusação sempre foi negada.
PRINCIPAL FIGURA DO MENSALÃO
Desde o início do caso do mensalão, Marcos Valério foi apontado como principal figura do esquema. Na denúncia ao STF, o procurador-geral da República acusou o empresário de vários crimes.
Segundo Antonio Fernando, era através das empresas de Valério que os recursos do mensalão eram sacados. No final do julgamento, o Supremo acatou contra o empresário 11 denúncias de corrupção ativa, seis de peculato, 65 de lavagem de dinheiro, 53 de evasão de divisas e outra por formação de quadrilha.
Se o publicitário receber pena máxima para todas as denúncias, a condenação poderia chegar a 1.131 anos de prisão. A defesa de Valério, porém, pode pedir a unificação das penas. Nesse caso, o total não poderá exceder 30 anos de prisão, conforme prevê a Constituição Federal. Valério nega envolvimento no esquema, mas admite que fez empréstimos ao PT.
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