SÃO PAULO - A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira, nos gabinetes dos deputados João Magalhães (PMBD-MG) e Ademir Camilo (PDT-MG) na Câmara dos Deputados, em Brasília, dois mandados de busca e apreensão. A iniciativa faz parte da Operação João de Barro, a maior do ano, com cerca de 1000 agentes que buscam cumprir 231 mandados de busca e apreensão e 38 mandados de prisão temporária. A PF informou que pelo menos 26 pessoas já foram presas e que são investigadas 119 prefeituras.
Os agentes saíram do gabinete do deputado Ademir Camilo carregando uma sacola grande, de cor marrom. Os policiais deixaram a sala sem dar declarações. Um funcionário do gabinete do deputado, que não quis se identificar, informou que o parlamentar está chegando a Brasília.
Do gabinete de João Magalhães, os agentes levaram vários documentos, um laptop e, aparentemente, um HD (disco rígido de computador). Essa não é a primeira vez que João Magalhães é investigado. Ele já é acusado pelo Ministério Público de Governador Valadares de liderar um esquema de fraudes de licitações em municípios do leste e do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Os policiais chegaram por volta das 10 horas e foram autorizados pela Polícia Legislativa, que acompanhava o trabalho da PF.
"Até agora foram presas 26 pessoas, entre elas servidores públicos, empresários e lobistas", disse uma assessora de imprensa da Polícia Federal no início da tarde de sexta-feira.
De acordo com a PF, a o grupo investigado é suspeito de desvio de recursos repassados pela União aos Estados, Distrito Federal e municípios em convênios ou empréstimos cedidos pela Caixa Econômica Federal e BNDES nas chamadas transferências voluntárias da União. Grande parte dessas transferências se destina a custear obras que fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
De acordo com a PF, até o momento, os projetos apresentados pelo esquema receberam o repasse de R$ 700 milhões e a operação pode impedir que mais R$ 2 bilhões tenham o mesmo destino.
Algumas das prefeituras investigadas são de cidades como Betim, Juiz de Fora, Governador Valadares e Uberlândia, em Minas, Angra dos Reis e Cabo Frio, no Rio, e Palmas, no Tocantins.
Veja lista completa com as prefeituras envolvidas.
Em comunicado, a PF informou que "com menos dinheiro para a execução, as obras não apresentaram o padrão de qualidade e quantidade previsto no projeto original". Essas verbas públicas eram destinadas, principalmente, à construção de casas populares e estações de tratamento de esgoto em vários municípios.
A operação acontece em sete Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e no Distrito Federal.
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