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Procuradoria investiga denúncia de Protógenes sobre obstrução na Satiagraha



O Ministério Público Federal em São Paulo abriu procedimento administrativo nesta sexta-feira para apurar se as investigações da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, sofreram obstrução. O procedimento foi instaurado a pedido dos procuradores da República República Anamara Osório Silva e Rodrigo de Grandis com base em representação feita pelo delegado Protógenes Queiroz, que deve encerrar hoje o relatório da operação.

Segundo a Procuradoria, Protógenes diz na representação que foi afastado das investigações e reclamou, principalmente, da falta de recursos humanos e materiais para a condução da investigação.

O procedimento administrativo foi distribuído ao procurador Roberto Antonio Dassié Diana, coordenador do grupo de controle externo do Ministério Público Federal em São Paulo.

Segundo a PF, Protógenes deixou o caso para realizar um curso obrigatório para todos os delegados que já têm pelo menos dez anos de serviço. Segundo reportagem da Folha publicada na quarta-feira (16), o delegado foi "convidado" pela direção geral da PF a se afastar das investigações por causa de supostos excessos cometidos durante a operação.

Para comprovar que Protógenes não foi forçado a se afastar das investigações, a PF divulgou ontem trechos da reunião realizada na segunda-feira (14) em São Paulo na qual foi definida a sua saída.

Interlocutores informaram que o acerto para a divulgação dos trechos foi feito ontem pela manhã, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o ministro Tarso Genro (Justiça) e o diretor-geral em exercício da PF, Romero Menezes, numa reunião no Palácio do Planalto. No entanto, foram necessárias algumas horas para que a PF pudesse selecionar os trechos que deveriam ser divulgados à imprensa.

Oficialmente, a justificativa para a necessidade de haver uma seleção dos trechos é porque a reunião durou cerca de três horas e tratou de uma série de temas --inclusive alguns considerados sigilosos pelo governo.

Porém, os trechos que interessam para divulgação são os que dizem respeito diretamente ao fato de Protógenes dar a entender que quer deixar as investigações e que pretende fazer um curso de reciclagem na academia de polícia.

Em nota, a Procuradoria informa que, no início da semana, o diretor de Combate ao Crime Organizado da PF, Roberto Troncon, já havia se comprometido a entregar a íntegra da gravação. Para a Procuradoria, a gravação será um dos elementos que poderão ser usados para instruir a investigação.
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