Helvio Lessa e Marcos Galvão
Rio - Fiscais do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) apreenderam ontem material de campanha que estava sendo distribuído por três vigias da Companhia de Desenvolvimento de Nova Iguaçu (Codeni). Os fiscais constataram que, no horário de expediente, os funcionários estavam trabalhando pela candidatura à reeleição do prefeito Lindberg Farias (PT) e do candidato a vereador Gegê do Açougue (PR). Tarefas seriam executadas a pedido do presidente da Codeni, Marcelo Lessa, que apóia Gegê.
Apesar de não ser candidato, Lessa aparece nas placas publicitárias destacando seu apoio político. Os fiscais encontraram os servidores com material de campanha no bairro Jardim Canaã. Edson Rogério Francisco de Souza, 39 anos, Mauren Gonçalves Lopes, 59, e Sérgio Luiz Lopes da Silva, 40, estavam em carro do comitê do candidato Gegê do Açougue.
A Codeni é uma empresa de capital misto, mas que tem a Prefeitura de Nova Iguaçu como acionista majoritária. É o prefeito quem indica o nome do presidente. Segundo os fiscais, os funcionários contaram que foram liberados para trabalhar na campanha por Lessa na segunda-feira. A jornada seria das 7h às 17h.
O material apreendido e o depoimento dos funcionários serão enviados para o Ministério Público Eleitoral. São milhares de santinhos e dezenas de placas, nos quais Marcelo Lessa recomenda o voto no candidato Gegê e no prefeito Lindberg Farias. A comprovação do uso da máquina da administração municipal na campanha pode acarretar até a perda do registro das candidaturas.
’VOLUNTÁRIOS’
O presidente da Codeni negou que tenha determinado aos funcionários que trabalhassem para a campanha em horário de expediente. Marcelo Lessa disse que levou a folha de freqüência ao TRE, para mostrar que o horário de trabalho dos três seria noturno, das 19h às 7h. Ele contou que recomendou a participação na campanha, mas só nas horas de folga. Segundo Lessa, eles teriam se oferecido para trabalhar como voluntários.
Através de sua assessoria, Lindberg afirma que determinou a abertura de sindicância para apurar o caso. Argumentou que documentos comprovariam que eles não estavam em horário de trabalho. Segundo a nota, o prefeito afirma que nenhum funcionário está autorizado a atuar na campanha durante o horário de expediente.
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