Afirmação de que FH teria se beneficiado do mensalão mineiro abre crise no PSDB
Fernando Exman
BRASÍLIA. As ameaças nada veladas do senador Eduardo Azeredo (MG) ao restante do partido deixaram o PSDB em pé de guerra. O parlamentar tem dito que os recursos do valerioduto mineiro não serviram apenas para financiar sua campanha à reeleição ao governo de Minas Gerais. Segundo o senador, a dinheirama também irrigou as campanhas de deputados, senadores e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Interpretadas no ninho tucano como tentativa de intimidação, as declarações despertaram a ira dos parlamentares do partido. Alguns classificaram-nas de "safadeza". Outros chamaram o colega de "mau-caráter". No fim da tarde, enquanto os demais senadores discutiam as medidas provisórias que trancavam a pauta, o presidente da sigla, senador Tasso Jereissati (CE), e Azeredo travaram uma ríspida discussão em um dos cantos do plenário do Senado. Tasso cobrou uma retratação do colega. Argumentou que Azeredo poderia prejudicar todo o partido.
Azeredo rebateu. Disse que não aceitava ser tachado pela imprensa como o chefe e único responsável pelo chamado mensalão mineiro.
- O Azeredo é um homem muito digno, correto e honesto, e está profundamente indignado, o que faz ele declarar coisas que não são verdadeiras - ponderou o presidente do PSDB minutos antes de encontrar-se com o senador mineiro no plenário e iniciar a discussão. - Ele vai repor isso que disse.
Segundo Tasso Jereissati, as campanhas do PSDB de 1998 tinham finanças independentes. - Não há nenhuma ligação da campanha do Azeredo com a do Fernando Henrique ou qualquer outra do partido.
O senador mineiro preferiu não comentar o assunto. A intimidação aos colegas teria justificativa.
Azeredo se sente abandonado. Acha que os correligionários não têm lhe dado o apoio necessário para evitar que o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, inclua o seu nome na denúncia que apresentará ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra os envolvidos no esquema de caixa 2 operado por Marcos Valério Fernandes de Souza.
Nos últimos dias, os senadores tucanos têm evitado comentar o suposto envolvimento de Azeredo no esquema de caixa 2 e desvio de dinheiro público operado por Marcos Valério em Minas Gerais. Dizem que só se pronunciarão depois que o procurador-geral da República ao Supremo apresentar sua denúncia ao Supremo.
A fim de tentar salvar a pele do colega, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), compara o papel de Azeredo no esquema ao do presidente Lula no episódio do mensalão.
BRASÍLIA. As ameaças nada veladas do senador Eduardo Azeredo (MG) ao restante do partido deixaram o PSDB em pé de guerra. O parlamentar tem dito que os recursos do valerioduto mineiro não serviram apenas para financiar sua campanha à reeleição ao governo de Minas Gerais. Segundo o senador, a dinheirama também irrigou as campanhas de deputados, senadores e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Interpretadas no ninho tucano como tentativa de intimidação, as declarações despertaram a ira dos parlamentares do partido. Alguns classificaram-nas de "safadeza". Outros chamaram o colega de "mau-caráter". No fim da tarde, enquanto os demais senadores discutiam as medidas provisórias que trancavam a pauta, o presidente da sigla, senador Tasso Jereissati (CE), e Azeredo travaram uma ríspida discussão em um dos cantos do plenário do Senado. Tasso cobrou uma retratação do colega. Argumentou que Azeredo poderia prejudicar todo o partido.
Azeredo rebateu. Disse que não aceitava ser tachado pela imprensa como o chefe e único responsável pelo chamado mensalão mineiro.
- O Azeredo é um homem muito digno, correto e honesto, e está profundamente indignado, o que faz ele declarar coisas que não são verdadeiras - ponderou o presidente do PSDB minutos antes de encontrar-se com o senador mineiro no plenário e iniciar a discussão. - Ele vai repor isso que disse.
Segundo Tasso Jereissati, as campanhas do PSDB de 1998 tinham finanças independentes. - Não há nenhuma ligação da campanha do Azeredo com a do Fernando Henrique ou qualquer outra do partido.
O senador mineiro preferiu não comentar o assunto. A intimidação aos colegas teria justificativa.
Azeredo se sente abandonado. Acha que os correligionários não têm lhe dado o apoio necessário para evitar que o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, inclua o seu nome na denúncia que apresentará ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra os envolvidos no esquema de caixa 2 operado por Marcos Valério Fernandes de Souza.
Nos últimos dias, os senadores tucanos têm evitado comentar o suposto envolvimento de Azeredo no esquema de caixa 2 e desvio de dinheiro público operado por Marcos Valério em Minas Gerais. Dizem que só se pronunciarão depois que o procurador-geral da República ao Supremo apresentar sua denúncia ao Supremo.
A fim de tentar salvar a pele do colega, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), compara o papel de Azeredo no esquema ao do presidente Lula no episódio do mensalão.
Segundo o senador, Azeredo e Lula alegam que não sabiam que suas campanhas foram financiadas com dinheiro não contabilizado. Virgílio ressalta que ambos erraram, pois tinham a obrigação de conhecer todos os detalhes de suas campanhas. A diferença, no entanto, destaca o líder do PSDB, é que o presidente Lula não foi denunciado pelo procurador-geral da República, enquanto Azeredo corre o risco de enfrentar um processo na Justiça. Antonio Fernando de Souza deve apresentar a denúncia ao STF no início do mês que vem.
- Por um caso parecido, ele (procurador-geral da República) não denunciou o Lula - disse o líder do PSDB.
As denúncias contra Azeredo surgiram durante a CPI dos Correios, em 2005. À época, o senador presidia o PSDB. Marcos Valério operou o caixa 2 do PSDB mineiro em 1998. Anos depois, prestou serviços ao PT, que acabara de vencer as eleições presidenciais. Tornou-se o principal responsável pelo esquema de compra de votos montado pelo PT durante parte do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- Por um caso parecido, ele (procurador-geral da República) não denunciou o Lula - disse o líder do PSDB.
As denúncias contra Azeredo surgiram durante a CPI dos Correios, em 2005. À época, o senador presidia o PSDB. Marcos Valério operou o caixa 2 do PSDB mineiro em 1998. Anos depois, prestou serviços ao PT, que acabara de vencer as eleições presidenciais. Tornou-se o principal responsável pelo esquema de compra de votos montado pelo PT durante parte do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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