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Senado reage contra agressão a parlamentar

Jair Bolsonaro tumultua a visita de comissões da verdade no Rio e bate em Randolfe Rodrigues.

Renan Calheiros e PSOL estudam levar o caso ao Conselho de Ética da Câmara

ÉTORE MEDEIROS - CORREIO BRAZILIENSE


A visita da Comissão Nacional da Verdade, da Comissão da Verdade Estadual do Rio de Janeiro e de parlamentares federais ao 1º Batalhão de Polícia do Exército (BPE), na capital fluminense, na manhã de ontem, foi marcada por bate-boca e empurra-empurra entre o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) e os senadores João Capiberibe (PSB-AP) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Bolsonaro tentou entrar no prédio à força após ter sido impedido de acompanhar a comitiva por Capiberibe, que o barrou no portão. Em meio à confusão, Randolfe foi atingido por um soco na região abdominal, desferido por Bolsonaro, que nega a agressão. No prédio em que a confusão ocorreu, funcionou o Destacamento de Operações de Informações — Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), principal centro de torturas no Rio durante a ditadura militar.

Em nota, o PSol informou que entrará com representação contra Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara, “por quebra de decoro, com agravante de agressão física a um senador da República”.

Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, ligou para o agredido e prometeu tomar as dores do colega. “Ele se solidarizou e colocou o Senado à disposição, dizendo que estudaria uma forma de representar contra Bolsonaro”, conta Randolfe, que disse também ter recebido telefonemas de apoio de outros senadores, como Cristovam Buarque (PDT-DF).

Bolsonaro se mostrou indiferente quanto a qualquer sanção: “Não tem problema, mas gostaria que ele (Renan) assistisse às fitas e me ouvisse”. O deputado alega que é uma “pessoa visada” e que, há tempos, certos grupos tentam tirá-lo do cenário político. “Um dia, eles vão conseguir, mas que seja por uma coisa justa”, disse.

O deputado, que é militar da reserva, alega que já imaginava que seria barrado e que, por isso mesmo, fez questão de ir ao local. “Tentaram impedir a minha entrada usando de violência. Quando fui entrar, o senador (Capiberibe) meteu o braço no meu pescoço e falou: ‘Não entra’. Ele que pediu, e aí entrou o Randolfe. Começou a troca de insultos e forcei a barra. Empurrei com a mão por baixo, estava um tumulto enorme, mas foi só isso”, defende-se. “Se acham que é agressão, paciência. Se eu tivesse dado uma porrada, ele teria desmontado. Apesar dos meus 58 anos, estou bem preparado fisicamente", complementa o deputado.

Randolfe nega que o ato de Bolsonaro tenha sido um mero empurrão. “O senhor Bolsonaro é o retrato de um Brasil que não existe mais, é anacrônico. Ele tentou tumultuar a visita e, não tendo êxito, partiu para nos agredir”, disse. Capiberibe confirma a versão do colega: “Ele (Bolsonaro) se apresentou e deixei claro que ele poderia fazer a visita, mas não acompanhando nossa comitiva. Ele se alterou e terminou agredindo o senador Randolfe”. O senador socialista ainda comparou Bolsonaro aos militares “que extrapolaram as funções, torturaram, assassinaram e desapareceram com pessoas, cometendo crimes em nome do Exército brasileiro”. Depois da confusão, a entrada de Bolsonaro foi permitida, separada da visita da comissão.



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