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Deputado de MT preso em operação responde a mais de 100 processos

José Riva é acusado de improbidade administrativa, peculato e corrupção.
Ele foi preso nesta terça-feira (20) durante a Operação Ararath.


Pollyana Araújo
Do G1 MT

O deputado José Geraldo Riva (PSD), preso nesta terça-feira (20) durante a Operação Ararath, está entre os políticos que exercem cargos eletivos como profissão. Ele emendou cinco mandatos de deputado estadual e, nesse período, colecionou mais de uma centena de processos na Justiça. Atualmente, responde a 107 ações na Justiça pelos crimes de peculato - uso do cargo público para vantagens pessoas -, improbidade administrativa e corrupção. O parlamentar sempre negou as acusações.

A maioria delas são por acusação de fraudes nos anos em que esteve no comando da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT), cargo que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), ele nunca deixou de ocupar mesmo tendo sido afastado da função algumas vezes por determinação judicial.

Brechas jurídicas garantiram a permanência dele no cargo, apesar da série de denúncias de irregularidades que pesam contra o deputado. Ele inclusive teve sua imagem atrelada a do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, proprietário de 'factorings' que supostamente trocavam cheques emitidos pelo então presidente da Assembleia, José Riva.

Arcanjo também responde a uma série de processos por evasão de divisas, assassinatos, crime contra o sistema financeiro e formação de quadrilha. Também já foi condenado a 20 anos de prisão pela morte do empresário Domingos Sávio Brandão, em 2002. Uma testemunha do caso foi detida, no ano passado, em Minas Gerais com cerca de R$ 800 mil em dinheiro e cheques emitidos pela Assembleia, em 1996.

Alguns processos que tramitaram nesses últimos 20 anos já renderam condenações ao parlamentar. No ano passado, por exemplo, ele foi condenado a devolver R$ 2 milhões aos cofres públicos após o caso que ficou conhecido como 'escândalo das calcinhas', pois supostamente parte do dinheiro desviado da Casa de Leis, entre 2001 e 2002 por meio de empresas de 'fachada', teria sido justificada com a apresentação de notas fiscais de uma empresa de confecção de peças íntimas femininas. No entanto, a defesa do deputado recorreu dessa decisão para que o valor não fosse ressarcido.

Com a repercussão da fraude e deflagração da Operação Arca de Noé, que posteriormente resultou na prisão de João Arcanjo, manifestantes armaram um varal, contendo várias calcinhas dependuras, na praça da República, no Centro de Cuiabá. Eles também usaram fantasias em alusão ao parlamentar, também à época presidente da Assembleia Legislativa, para protestar contra o crime.

Em 2010, Riva chegou a ter o mandato cassado pela Justiça eleitoral por suposta compra de votos da eleição de 2006, em Santo Antônio de Leverger, a 35 km de Cuiabá, e suspeita de 'caixa 2' na campanha eleitoral. Dias depois, no entanto, ele conseguiu reverter a decisão judicial e retornou ao cargo. Na eleição daquele mesmo ano, ele se reelegeu pela quinta vez como candidato mais votado.

Revezamento

Desde que assumiu cargo de deputado estadual, Riva fez revezamento, exercendo ora a função de presidente, ora de vice-presidente e primeiro-secretário, responsável pela ordenação de despesas do Legislativo. Ele foi afastado da função em meados do ano passado por decisão da Justiça mato-grossense após acusação de ter emitido 48 cheques em nome de uma empresa de publicidade cujos proprietários não existiam. Os valores desviados teriam sido pagos de agosto de 2001 a dezembro de 2002 para uma empresa de publicidade de 'fachada'.

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