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Refinaria de Paulínia
Documentos indicam propina de empreiteira para doleiro e ex-diretor em mais obras da Petrobras
Ministério Público investiga desvio de 3,8 milhões de reais na refinaria de Paulínia e em terminal portuário para o esquema do doleiro Alberto Yousseff e do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa
Daniel Haidar, do Rio de Janeiro | Veja
Documentos apreendidos na Operação Lava-Jato, obtidos pelo site de VEJA, indicam que houve desvio de recursos e corrupção em obras da refinaria de Paulínia, no interior de São Paulo, e de um terminal portuário da Petrobras. Pelo menos 3,8 milhões de reais saíram da estatal para consórcios formados pelo grupo Mendes Júnior e acabaram nos bolsos do doleiro Alberto Yousseff e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, de acordo com o Ministério Público Federal. Até essa descoberta, as investigações iniciadas pela Lava-Jato só tinham encontrado provas de desvio superior a 8 milhões de reais na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e na unidade Presidente Getúlio Vargas, no Paraná.
Yousseff e Costa eram os principais envolvidos em esquema de lavagem de dinheiro com movimentação superior a 10 bilhões de reais. Depois da prisão da quadrilha em março, policiais federais e uma força-tarefa do Ministério Público Federal passaram a se dedicar à análise de documentos apreendidos em escritórios e computadores. Aí começaram a surgir provas de corrupção envolvendo a estatal, fornecedores e o ex-diretor. Foi apreendido um contrato de prestação de serviços, registrado em cartório, em que o consórcio Mendes Júnior-MPE-SOG se compromete a pagar 2,7 milhões de reais para a GFD Investimentos, uma das empresas do doleiro Alberto Youssef. O consórcio é formado pelas empresas Mendes Júnior, MPE (Montagens e Projetos Especiais) e SOG (Sistema em Óleo e Gás). O acerto foi feito em agosto de 2011.
O pagamento foi formalizado como uma remuneração por "serviços de consultoria em gestão empresarial das obras e serviços" na execução de obras e serviços de duas unidades de hidrodessulfurização de nafta craqueada (HDS) da refinaria paulista de Paulínia. Para o Ministério Público, é apenas um contrato de fachada assinado para dar aparência legítima ao pagamento de propina.
O consórcio Mendes Júnior-MPE-SOG recebeu pouco mais de 1 bilhão de reais (1.032.122.539,50) da Petrobras por obras e serviços na refinaria de Paulínia, de acordo com o site de transparência da estatal. O contrato teve 22 aditivos, da assinatura em dezembro de 2007 à conclusão em julho de 2013.
A Mendes Júnior é uma das empreiteiras citadas em caderno de anotações de Costa, apreendido pela Polícia Federal. O grupo faturou mais de 3 bilhões de reais em contratos com a Petrobras de 2007 a 2012. De acordo com as anotações dele, a empresa estava “disposta a colaborar” para campanhas eleitorais. Para os investigadores, ele atuava como operador de doações de grandes empresas para políticos e partidos.
O esquema de Paulínia não foi o única contribuição da Mendes Júnior para a quadrilha. Os procuradores da república suspeitam também de outro contrato entre consórcio formado pela empreiteira e a GFD Investimentos, para "consultoria" e "estudos de viabilidade técnica" para instalação de um terminal portuário. O documento estava em computador de João Procópio de Almeida Prado, um dos auxiliares do doleiro. Neste caso, a força-tarefa rastreou pagamentos bancários de 1,126 milhões de reais feitos pela Mendes Júnior para a empresa do doleiro.
Os dois contratos foram fechados ainda na gestão de Paulo Roberto Costa como diretor de Abastecimento, cargo que ocupou de 2004 a 2012. Mostram que o esquema operado por Costa e Yousseff desviou recursos de pelo menos três refinarias da Petrobras. Vão ser utilizados como provas em novas ações penais contra a quadrilha, com acusações de corrupção ou peculato (desvio de recursos). A Polícia Federal e o Ministério Público Federal tem mais de 20 inquéritos em andamento para investigar suspeitas de corrupção envolvendo fornecedores da Petrobras.
Documentos apreendidos na Operação Lava-Jato, obtidos pelo site de VEJA, indicam que houve desvio de recursos e corrupção em obras da refinaria de Paulínia, no interior de São Paulo, e de um terminal portuário da Petrobras. Pelo menos 3,8 milhões de reais saíram da estatal para consórcios formados pelo grupo Mendes Júnior e acabaram nos bolsos do doleiro Alberto Yousseff e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, de acordo com o Ministério Público Federal. Até essa descoberta, as investigações iniciadas pela Lava-Jato só tinham encontrado provas de desvio superior a 8 milhões de reais na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e na unidade Presidente Getúlio Vargas, no Paraná.
Yousseff e Costa eram os principais envolvidos em esquema de lavagem de dinheiro com movimentação superior a 10 bilhões de reais. Depois da prisão da quadrilha em março, policiais federais e uma força-tarefa do Ministério Público Federal passaram a se dedicar à análise de documentos apreendidos em escritórios e computadores. Aí começaram a surgir provas de corrupção envolvendo a estatal, fornecedores e o ex-diretor. Foi apreendido um contrato de prestação de serviços, registrado em cartório, em que o consórcio Mendes Júnior-MPE-SOG se compromete a pagar 2,7 milhões de reais para a GFD Investimentos, uma das empresas do doleiro Alberto Youssef. O consórcio é formado pelas empresas Mendes Júnior, MPE (Montagens e Projetos Especiais) e SOG (Sistema em Óleo e Gás). O acerto foi feito em agosto de 2011.
O pagamento foi formalizado como uma remuneração por "serviços de consultoria em gestão empresarial das obras e serviços" na execução de obras e serviços de duas unidades de hidrodessulfurização de nafta craqueada (HDS) da refinaria paulista de Paulínia. Para o Ministério Público, é apenas um contrato de fachada assinado para dar aparência legítima ao pagamento de propina.
O consórcio Mendes Júnior-MPE-SOG recebeu pouco mais de 1 bilhão de reais (1.032.122.539,50) da Petrobras por obras e serviços na refinaria de Paulínia, de acordo com o site de transparência da estatal. O contrato teve 22 aditivos, da assinatura em dezembro de 2007 à conclusão em julho de 2013.
A Mendes Júnior é uma das empreiteiras citadas em caderno de anotações de Costa, apreendido pela Polícia Federal. O grupo faturou mais de 3 bilhões de reais em contratos com a Petrobras de 2007 a 2012. De acordo com as anotações dele, a empresa estava “disposta a colaborar” para campanhas eleitorais. Para os investigadores, ele atuava como operador de doações de grandes empresas para políticos e partidos.
O esquema de Paulínia não foi o única contribuição da Mendes Júnior para a quadrilha. Os procuradores da república suspeitam também de outro contrato entre consórcio formado pela empreiteira e a GFD Investimentos, para "consultoria" e "estudos de viabilidade técnica" para instalação de um terminal portuário. O documento estava em computador de João Procópio de Almeida Prado, um dos auxiliares do doleiro. Neste caso, a força-tarefa rastreou pagamentos bancários de 1,126 milhões de reais feitos pela Mendes Júnior para a empresa do doleiro.
Os dois contratos foram fechados ainda na gestão de Paulo Roberto Costa como diretor de Abastecimento, cargo que ocupou de 2004 a 2012. Mostram que o esquema operado por Costa e Yousseff desviou recursos de pelo menos três refinarias da Petrobras. Vão ser utilizados como provas em novas ações penais contra a quadrilha, com acusações de corrupção ou peculato (desvio de recursos). A Polícia Federal e o Ministério Público Federal tem mais de 20 inquéritos em andamento para investigar suspeitas de corrupção envolvendo fornecedores da Petrobras.
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