Segundo a ONG, Maluf faturou US$ 344 milhões em propinas quando prefeito de São Paulo
Leonardo Guandeline | O Globo
SÃO PAULO - Uma campanha mundial contra a corrupção da Transparência Internacional lançada nesta terça-feira, na Suíça, tem como um dos personagens citados o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), cuja candidatura foi barrada nesta segunda-feira pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) com base na Lei da Ficha Limpa. Maluf é chamado pela ONG internacional de “Mr. Kickback” ou “Senhor Propina”, em português. A campanha diz que são poucas as pessoas que têm em sua homenagem um verbo próprio, uma alusão ao “malufar, ou roubar dinheiro público” e acusa o parlamentar de receber US$ 344 milhões em propina durante os quatro anos em que foi prefeito de São Paulo, na década de 1990.
Segundo a Transparência Internacional, Maluf teve durante sua gestão à frente da Prefeitura paulistana pelo menos duas obras de grande porte superfaturadas. Em uma delas, a da Avenida Águas Espraiadas, atual Avenida Roberto Marinho, a ONG lembra que o superfaturamento chegou a US$ 400 milhões, e que o ex-prefeito paulistano teria embolsado US$ 11 milhões.
O dinheiro da propina, segundo a Transparência Internacional, foi remetido, inicialmente, para Nova York, e depois seguiu para a ilha britânica de Jersey, onde a Justiça local entendeu que as empresas offshore Kildare Finance e a Duran Internacional, ligadas à Maluf e a seu filho, Flávio Maluf, foram usadas como instrumento de lavagem de dinheiro. Em fevereiro deste ano, o valor da dívida foi recalculado e acrescido de juros, alcançando US$ 28,3 milhões (R$ 55,8 milhões), dinheiro que a Justiça de Jersey mandou que o deputado devolva aos cofres públicos paulistanos.
A campanha “Desmascare o Corrupto” da Transparência Internacional diz que, apesar de também ter em Nova York prisão determinada pelos crimes de conspiração, auxílio na remessa de dinheiro ilegal para aquela cidade, além do roubo de dinheiro público em São Paulo, "Maluf não está preso. Na verdade, ele é um membro do Congresso nacional”, diz o texto. Em 2007, após uma investigação de promotores de São Paulo e de Nova York, Maluf teve o nome colocado na difusão vermelha da Interpol, o que também foi lembrado no texto da Transparência Internacional.
A ONG diz que parte do dinheiro de Jersey voltou para Nova York, onde Maluf adquiriu “relógios de luxo e jóias em casas de leilão”. O ex-prefeito nega as irregularidades.
A campanha da ONG lembra que é hora de acabar com a corrupção e deixar de esconder as identidades dos corruptos, exigindo das autoridades, principalmente as suíças, registros públicos das empresas de fachada usadas pelos acusados de corrupção.
Além de Maluf, outros personagens citados são James Ibori, um político nigeriano acusado de roubar US$ 250 milhões em dinheiro público, e o ex-ditador tunisiano general Zine al-Abidine Ben Ali, cujo governo caiu durante a chamada “Primavera Árabe”, em 2011.
SÃO PAULO - Uma campanha mundial contra a corrupção da Transparência Internacional lançada nesta terça-feira, na Suíça, tem como um dos personagens citados o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), cuja candidatura foi barrada nesta segunda-feira pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) com base na Lei da Ficha Limpa. Maluf é chamado pela ONG internacional de “Mr. Kickback” ou “Senhor Propina”, em português. A campanha diz que são poucas as pessoas que têm em sua homenagem um verbo próprio, uma alusão ao “malufar, ou roubar dinheiro público” e acusa o parlamentar de receber US$ 344 milhões em propina durante os quatro anos em que foi prefeito de São Paulo, na década de 1990.
Segundo a Transparência Internacional, Maluf teve durante sua gestão à frente da Prefeitura paulistana pelo menos duas obras de grande porte superfaturadas. Em uma delas, a da Avenida Águas Espraiadas, atual Avenida Roberto Marinho, a ONG lembra que o superfaturamento chegou a US$ 400 milhões, e que o ex-prefeito paulistano teria embolsado US$ 11 milhões.
O dinheiro da propina, segundo a Transparência Internacional, foi remetido, inicialmente, para Nova York, e depois seguiu para a ilha britânica de Jersey, onde a Justiça local entendeu que as empresas offshore Kildare Finance e a Duran Internacional, ligadas à Maluf e a seu filho, Flávio Maluf, foram usadas como instrumento de lavagem de dinheiro. Em fevereiro deste ano, o valor da dívida foi recalculado e acrescido de juros, alcançando US$ 28,3 milhões (R$ 55,8 milhões), dinheiro que a Justiça de Jersey mandou que o deputado devolva aos cofres públicos paulistanos.
A campanha “Desmascare o Corrupto” da Transparência Internacional diz que, apesar de também ter em Nova York prisão determinada pelos crimes de conspiração, auxílio na remessa de dinheiro ilegal para aquela cidade, além do roubo de dinheiro público em São Paulo, "Maluf não está preso. Na verdade, ele é um membro do Congresso nacional”, diz o texto. Em 2007, após uma investigação de promotores de São Paulo e de Nova York, Maluf teve o nome colocado na difusão vermelha da Interpol, o que também foi lembrado no texto da Transparência Internacional.
A ONG diz que parte do dinheiro de Jersey voltou para Nova York, onde Maluf adquiriu “relógios de luxo e jóias em casas de leilão”. O ex-prefeito nega as irregularidades.
A campanha da ONG lembra que é hora de acabar com a corrupção e deixar de esconder as identidades dos corruptos, exigindo das autoridades, principalmente as suíças, registros públicos das empresas de fachada usadas pelos acusados de corrupção.
Além de Maluf, outros personagens citados são James Ibori, um político nigeriano acusado de roubar US$ 250 milhões em dinheiro público, e o ex-ditador tunisiano general Zine al-Abidine Ben Ali, cujo governo caiu durante a chamada “Primavera Árabe”, em 2011.
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