Segundo o jornal O Globo, os R$ 10 milhões para levar a escola à avenida foram repassados por meio de empresas que atuavam no país. Em Nota, governo do país africano nega o patrocínio
Época
A polêmica sobre o samba-enredo escolhido pela Beija-Flor, campeã carioca em 2015, continua a se desenrolar. Segundo o relato de um carnavalesco ao jornal O Globo, os cerca de R$ 10 milhões do governo de Guiné Equatorial que bancaram o desfile foram repassados à escola de samba por empreiteiras brasileiras. O governo do país estrangeiro nega o patrocínio.
Terceira escola a entrar na Sapucaí, a Beija-Flor resgatou a exaltação da cultura e a alma africana (Foto: EFE/Luiz Eduardo Pérez)
O carnavalesco da Beija-Flor de Nilópolis Fran-Sérgio Oliveira afirmou à reportagem que o dinheiro vindo da Guiné Equatorial chegou ao Brasil por meio de empreiteiras com contrato de obras no país africano. Entre as empresas envolvidas, Oliveira citou a Queiroz Galvão, a Odebrecht e o grupo ARG.
"São mais empresas envolvidas, essas são as que eu sei. O governo da Guiné (Equatorial) não nos deu dinheiro, e sim apoio cultural. Eles nos cederam livros, fotos e outros materiais. É um povo que sofreu muito e que, através do seu presidente, está construindo um país novo, que pensa em saúde, infraestrutura, saneamento básico. O povo é superfeliz com isso, então não importa o regime", afirmou.
As empresas mencionadas foram contatadas pela reportagem do jornal, mas só a Odebrecht divulgou nota sobre o caso até o horário desta publicação. No comunicado, negou que tenha patrocinado o enredo da Beija-Flor e afirmou ainda que sequer realizou obras na Guiné.
Guiné Equatorial divulga nota
Em nota divulgada nesta quinta-feira (19), o governo da Guiné Equatorial negou que patrocinou a Beija-Flor. No comunicado, de acordo com reportagem de O Globo, o ministro da Informação, Imprensa e Rádio, Teobaldo Nchaso Matomba, afirmou que a iniciativa do patrocínio partiu de “empresas brasileiras”, mas não citou nomes.
“A iniciativa de realizar esta homenagem à Guiné Equatorial não partiu do governo nem da Presidência da República. É uma iniciativa que surgiu das empresas brasileiras que operam na Guiné Equatorial, em conjunto com a Beija-Flor. Uma iniciativa que apoiamos”, diz a nota.
O governo afirmou que forneceu materiais e informações sobre a arte e cultura do país. O contrato assinado entre a Beija-Flor e o ministério da Cultura e Turismo do país africano cita um aporte de R$ 10 milhões para a escola, mas não informa a origem do dinheiro, segundo a reportagem.
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