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Operação apura fraude em licitações no Ipsemg, diz Polícia Civil

Quatro pessoas foram conduzidas coercitivamente, diz delegado.

Cinco mandados de busca foram cumpridos em distribuidora de remédios.


Flávia Cristini, Pedro Ângelo e Raquel Freitas | G1 MG

Uma operação que investiga fraude em licitações na compra de medicamentos foi realizada na manhã desta sexta-feira (29) em Belo Horizonte, de acordo com a Polícia Civil. A suspeita é que o esquema envolva o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) e empresas farmacêuticas, como uma distribuidora e importadora de medicamentos, alvo da ação nesta manhã. Quatro pessoas foram conduzidas coercitivamente e R$ 18 mil foram apreendidos na sede da empresa, segundo o delegado Ramon Sandoli, chefe do Departamento de Operações Especiais (Deoesp).


Polícia apreendeu documentos, computadores e dinheiro nesta sexta-feira (29) em Belo Horizonte (Foto: Raquel Freitas/G1)
Polícia apreendeu documentos, computadores e dinheiro nesta sexta-feira (29) em Belo Horizonte (Foto: Raquel Freitas/G1)

A condução coercitiva ocorre quando alguém é levado para prestar depoimento. Um dos conduzidos é contratado do instituto, que atua como pregoeiro em processo licitatórios. Os outros são um diretor e dois funcionários da distribuidora Farmaconn, localizada no bairro Nova Cachoeirinha, na Região Noroeste, conforme o delegado. Após oitiva, eles foram liberados.

O Ipsemg informou que policiais estiveram na casa do pregoeiro e o conduziram a um dos endereços do instituto, onde funciona um hospital, no bairro Santa Efigênia, na Região Centro-Sul. De lá, foi encaminhado para o Deoesp. O Ipsemg informou que a operação é resultante de uma auditoria e que está colaborando com as investigações.

Ainda nesta manhã, uma equipe do departamento esteve na sede da empresa e saiu sem dar declarações. Policiais deixaram o prédio levando computadores e uma caixa com documentos. Segundo a assessoria da polícia, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão. O G1 entrou em contato com Farmaconn e uma funcionária informou que a empresa não tinha nada a declarar.

A Polícia Civil ainda calcula o prejuízo aos cofres públicos e não informou desde quando a fraude estaria ocorrendo. Em coletiva nesta tarde, os delegados Ramon Sandoli e Thiago Machado afirmaram que outras empresas são investigadas, mas não divulgou nomes.

"Entre as empresas investigadas, estão desde de fabricantes de remédios como distribuidores. E essas empresas têm amplitude no cenário nacional, participam de licitações e também do comércio privado, envolvendo medicamentos e outros insumos", disse Machado.

A investigação apura se houve facilitação em pregões, formação de quartel e entrega de medicamentos com qualidade inferior à contratada. A operação envolveu 32 policiais.

A operação é feita em parceria com a Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais (CGE-MG). O órgão informou que identificou, no início de 2015, indícios de possíveis irregularidades em fornecimento de medicamentos e encaminhou as informações à polícia. Por envolver licitações, a reportagem também procurou o governo do estado, que ainda não se posicionou. O retorno será incluído nesta publicação assim que recebido.



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