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Eletrobrás estima propina de até 6% em contratos

Investigações apontaram irregularidades em 4 empreendimentos


Diário do Poder

A estatal Eletrobrás entregou nesta terça-feira nos Estados Unidos informações financeiras de 2014 e 2015, que estavam atrasadas devido a investigações internas que apontaram irregularidades em pelo menos quatro empreendimentos da companhia, disse a elétrica em comunicado ao mercado. 


Estatal diz que relatórios apontam superfaturamentos relacionados à propina e a práticas de cartel. Foto: Marcos de Paula/AE


Nos documentos enviados à reguladora do mercado norte-americano de ações (SEC), a estatal estimou impactos financeiros de cerca de R$ 300 milhões devido às irregularidades, que teriam incluído propinas de entre 1% e 6% do valor de alguns contratos, além de 10% em uma contratação específica, alvo de cartel.

A estatal também disse que a investigação independente conduzida na companhia por escritórios de advocacia e consultorias "ainda possui procedimentos adicionais a serem executados" e que "novas informações relevantes podem ser reveladas no futuro". Segundo a Eletrobrás, sua investigação interna encontrou cerca de R$ 141 milhões como custo de corrupção em Angra 3, além de R$ 67 milhões na termelétrica Mauá 3 e R$ 2,6 milhões na hidrelétrica de Simplício. Outro empreendimento no qual a elétrica é sócia, cujo nome não foi aberto, teve R$ 91,5 milhões em custos com irregularidades.

A companhia, no entanto, havia feito provisões de R$ 144 milhões para esses empreendimentos que foram revertidas, abatendo parte dos custos registrados. Segundo a Eletrobrás, a investigação descobriu "cartel e propinas que teriam sido pagas por certos empreiteiros e fornecedores" contratados por subsidiárias da companhia ou empreendimentos nos quais ela era acionista minoritária.

As apurações também encontraram "propinas utilizadas para financiar pagamentos indevidos a partidos políticos, funcionários eleitos ou outros funcionários públicos", a maior parte delas atribuída a "intermediários que agiam em nome dessas empreiteiras e fornecedores". A Eletrobrás disse ainda que não foram identificados superfaturamentos após o final de 2015 e destacou que pretende no futuro pedir reparação pelos danos sofridos.

As apurações internas da Eletrobrás tiveram início em 2015, após notícias relacionarem a usina de Angra 3 como possível alvo de propinas por investigados na Lava Jato. Os trabalhos envolveram mais de 200 profissionais dos escritórios de advocacia Hogan Lovells, WFaria e Pinheiro Neto, além da consultoria em riscos e investigação Kroll e das auditorias KPMG e PwC. (AE/Reuters)


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