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Gravações mostram que Garotinho tentou habeas corpus preventivo

Ex-governador teria tentado benefício com ministra do TSE Luciana Lóssio.


Do G1 Rio

 
O Fantástico exibiu este domingo (20), uma matéria sobre os bastidores das investigações que levaram, na última semana, dois ex-governadores do Estado do Rio de Janeiro, para a prisão. Gravações realizadas com autorização judicial mostram que Anthony Garotinho estava preocupado com as investigações de possíveis fraudes no programa Cheque Cidadão para a compra de votos. Nelas, o ex-governador e seus advogados elaboram uma estratégia de defesa que incluía a possibilidade de um habeas corpus preventivo para evitar sua prisão. 


O secretário de Governo de Campos dos Goytacazes e ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, aguarda após ser preso no Flamengo, Zona Sul do Rio, por agentes da Polícia Federal. Ele é um dos investigados na Operação Chequinho (Foto: Wilton Júnior/Estadão Conteúdo)
O secretário de Governo de Campos dos Goytacazes e ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, aguarda após ser preso no Flamengo, Zona Sul do Rio, por agentes da Polícia Federal. Ele é um dos investigados na Operação Chequinho (Foto: Wilton Júnior/Estadão Conteúdo)

No dia 25 de outubro, Garotinho conversou com um de seus advogados, Jonas Lopes de Carvalho Neto, sobre o assunto. De acordo com as gravações, ele afirmava ter contato com a ministra do Tribunal Superior Eleitoral, Luciana Lóssio, mas não seria conveniente que ele próprio procurasse a magistrada.

Garotinho: O HC [habeas corpus] caiu com a Luciana Lóssio.

Jonas Lopes de Carvalho Neto: É. Eu tô falando aqui com o Fernando, estamos correndo aqui atrás de um contato.

Garotinho: Eu também tenho com ela, mas eu acho que...

Jonas Lopes de Carvalho Neto: Não é bom, né?

Garotinho: Não.

Dois dias depois, Garotinho conversou com seu advogado, Fernando Fernandes. De acordo com o Ministério Público Eleitoral, eles falaram sobre a ministra Luciana Lóssio, com quem o ex-governador do Rio de Janeiro já teria conversado sobre o caso.

Garotinho: Vamos supor o pior, que neguem a liminar.

Fernando : Pensando nessa possibilidade, que eu tô fazendo? Entrando já com recurso por ela [Luciana Lóssio], recurso eleitoral.

Garotinho: Como a gente teve oportunidade de explanar tudo, entendeu, ela ficou bastante impressionada.

Fernando Fernandes: Entendi. Vamos fazer. A gente pode forçar uma prevenção, governador, tentando distribuir pra ela, podemos indicar ela como relatora. Aí, se ela entender...

Garotinho: Ela tá bem consciente dos fatos todos.

Na sexta-feira (18), a ministra Luciana Lóssio, relatora do processo do habeas corpus, decidiu que Garotinho não poderia ficar preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, e mandou que ele fosse transferido para um hospital. De acordo, com a decisão da ministra, quando receber alta, Garotinho não voltará para Bangu, mas passará a cumprir prisão domiciliar.

Em nota, o Tribunal Superior Eleitoral afirmou que todos os ministros têm idoneidade moral e todas as decisões têm profundo embasamento teórico.

Sobre a compra de votos em Campos, o advogado de Garotinho acredita que não houve crime.

“Para haver compra de votos, é preciso que haja a exigência específica. Ou seja, eu só lhe entrego este benefício, seja o Cheque-Cidadão, seja dinheiro, seja qualquer coisa, se você votar em mim, ou se você votar nele. Isso é um crime. Mas se você recebe e eu lhe peço voto, por exemplo, isso não é um crime, afirmou Fernando Fernandes.



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