Segundo a denúncia do MPF, os acusados cometeram crimes de estelionato e contra o patrimônio público. Eles têm 10 dias para apresentar a defesa.
Por G1 MS
A 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande aceitou mais uma denúncia contra o ex-governador André Puccinelli (PMDB) e outros 12 acusados de cometerem crimes de estelionato e contra o patrimônio público. Os mesmos citados já tinham sido denunciados pela acusação de recursos públicos e lavagem de dinheiro.
André Puccinelli (MDB) | Reprodução |
Os advogados de André Puccinelli, do ex-secretário Estadual de Obras Edson Giroto, Maria Wilma Casanova e do ex-prefeito de Paranaíba Beto Mariano informaram que não tiveram conhecimento ou acesso à decisão. A produção não conseguiu contato com os advogados dos outros citados.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), assinada pelo procurador Davi Marucci Pracucho no dia 3 de dezembro de 2017, Puccinelli, Giroto e o empresário João Krampe Amorim eram os comandantes da organização criminosa.
Com a relação dos três, fraudaram processos de licitação para direcionar qual empresa iria conduzir as obras seja da prefeitura de Campo Grande ou do governo do estado, quando Puccinelli esteve à frente da administração.
Entre as obras investigadas, o MPF e a Controladoria Geral da União (CGU) constatou irregularidades na implantação e pavimentação das rodovias MS-430 e MS-040, além no da construção do Aquário do Pantanal. As investigações fazem parte da Operação Lama Asfáltica que já teve cinco fases.
Fases da Lama
A primeira operação da PF sobre desvio de dinheiro público em gestões anteriores do governo do Estado foi deflagrada em 9 de julho de 2015. A ação apurava fraude em obras públicas. Em uma delas, grama que deveria ser plantada ao longo de três rodovias era substituída por capim. Todos os investigados negaram as acusações.
Em 10 de maio de 2016 a segunda fase da investigação: a operação Fazendas de Lama. Esta foi a primeira vez que a PF esteve na casa do ex-governador André Puccinelli. Investigação da PF, CGU e Receita indicaram que o dinheiro obtido com corrupção foi usado para compra de fazendas, daí o nome da ação.
Em julho de 2016 CGU, Receita e PF deflagraram a terceira fase da operação: a Aviões de Lama. Apurações apontaram que os investigados sobre corrupção estavam revendendo bens de alto valor e dividindo o dinheiro com diversas pessoas, com objetivo de ocultar a origem.
A quarta fase foi em maio de 2017. Conforme a PF, os alvos direcionavam licitações públicas, superfaturavam obras, faziam aquisição fictícia ou ilícita de produtos e corrompiam agentes públicos. Os recursos desviados resultaram em lavagem de dinheiro.
A última fase foi deflagrada no último dia 14 de novembro, quando Puccinelli e o filho foram presos. O ex-governador foi apontado pela força-tarefa da Lama Asfáltica como a figura central de um esquema criminoso que desviava dinheiro público por meio de direcionamento de licitações e superfaturamento de obras. As investigações apontam que, mesmo fora do governo, ele continuava recebendo propina. O prejuízo chega a R$ 235 milhões.
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