Alagoas
Antonio Albuquerque
Arthur Lira
Câmara dos Deputados
Jair Bolsonaro
João Beltrão
rachadinha
Dois dias após eleição na Câmara, Arthur Lira vai prestar depoimento em ação sobre rachadinhas
Chefe do Centrão, Lira conta com o apoio de Jair Bolsonaro na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, marcada para 2ª-feira. Depoimento em caso de improbidade administrativa foi marcado para 4ª-feira
Rafael Moraes Moura e Breno Pires | O Estado de S.Paulo - BRASÍLIA
Dois dias depois da eleição para a presidência da Câmara, o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL) tem encontro marcado com a Justiça alagoana. Lira foi intimado a prestar depoimento como réu na próxima quarta-feira, dia 3, às 15 horas, em uma ação de improbidade administrativa relacionada ao escândalo de “rachadinha” na Assembleia Legislativa de Alagoas. A ação se arrasta há 12 anos.
Chefe do Centrão, Lira conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, marcada para segunda-feira, 1.º. Como o Estadão revelou, o governo abriu o caixa do Ministério do Desenvolvimento Regional e autorizou a execução de obras e demais ações indicadas por 285 parlamentares, no valor de R$ 3 bilhões, enquanto negocia o apoio à candidatura de Lira na Câmara e de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no Senado.
A eleição para a cúpula do Congresso é a disputa política mais importante do ano. Os presidentes da Câmara e do Senado comandam a agenda legislativa do País, articulam a estratégia para a aprovação de reformas prioritárias do governo e são responsáveis por controlar não apenas a abertura de CPIs, mas também o andamento de pedidos de impeachment.
O Estadão apurou que o depoimento de Lira será prestado na investigação sobre a compra de um veículo Pajero Full, no valor de R$ 150 mil, pelo deputado estadual Antonio Albuquerque (PTB-AL). O carro teria sido pago pela Assembleia alagoana. Lira é investigado no caso por ter ocupado o cargo de primeiro-secretário da Assembleia na época dos fatos investigados, sob a acusação de liberar o empenho irregular de verbas públicas.
Um caso similar levou à condenação de Lira e do ex-deputado estadual João Beltrão pela aquisição, com recursos públicos da Assembleia, de uma caminhonete L200 Sport HPE, no valor de R$ 43 mil. O veículo foi posto no nome da filha de Beltrão.
Segundo acusação do Ministério Público Federal, o atual candidato do Progressistas à presidência da Câmara esteve à frente de um esquema milionário de “rachadinha” quando integrou a Assembleia de Alagoas. Documentos sigilosos indicaram desvio de R$ 254 milhões dos cofres públicos, entre 2001 e 2007, como mostrou o Estadão. Lira movimentou R$ 9,5 milhões em sua conta.
Intimação
Por decisão judicial, o depoimento de Lira vai ser prestado “através de plataforma virtual”. O caso tramita em segredo de Justiça na 17ª Vara Cível de Maceió.
Em novembro, a Justiça alagoana determinou a “intimação pessoal dos réus Fábio César Jatobá (ex-diretor financeiro da Assembleia) e Arthur Lira, sendo que, quanto a este último, a intimação deverá ser procedida nos seus endereços residenciais (Maceió-AL) e através de requisição ao Presidente da Câmara dos Deputados, em Brasília DF”.
Ao menos quatro ações de improbidade em torno do esquema das rachadinhas ainda tramitam na Justiça de Alagoas.
A defesa do líder do Centrão foi procurada, mas não respondeu. A assessoria de Lira informou que não vai comentar a intimação. O gabinete de Antonio Albuquerque, por sua vez, não se manifestou até a publicação deste texto.
Rafael Moraes Moura e Breno Pires | O Estado de S.Paulo - BRASÍLIA
Dois dias depois da eleição para a presidência da Câmara, o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL) tem encontro marcado com a Justiça alagoana. Lira foi intimado a prestar depoimento como réu na próxima quarta-feira, dia 3, às 15 horas, em uma ação de improbidade administrativa relacionada ao escândalo de “rachadinha” na Assembleia Legislativa de Alagoas. A ação se arrasta há 12 anos.
Deputado Arthur Lira. Foto: Dida Sampaio/Estadão |
Chefe do Centrão, Lira conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, marcada para segunda-feira, 1.º. Como o Estadão revelou, o governo abriu o caixa do Ministério do Desenvolvimento Regional e autorizou a execução de obras e demais ações indicadas por 285 parlamentares, no valor de R$ 3 bilhões, enquanto negocia o apoio à candidatura de Lira na Câmara e de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no Senado.
A eleição para a cúpula do Congresso é a disputa política mais importante do ano. Os presidentes da Câmara e do Senado comandam a agenda legislativa do País, articulam a estratégia para a aprovação de reformas prioritárias do governo e são responsáveis por controlar não apenas a abertura de CPIs, mas também o andamento de pedidos de impeachment.
O Estadão apurou que o depoimento de Lira será prestado na investigação sobre a compra de um veículo Pajero Full, no valor de R$ 150 mil, pelo deputado estadual Antonio Albuquerque (PTB-AL). O carro teria sido pago pela Assembleia alagoana. Lira é investigado no caso por ter ocupado o cargo de primeiro-secretário da Assembleia na época dos fatos investigados, sob a acusação de liberar o empenho irregular de verbas públicas.
Um caso similar levou à condenação de Lira e do ex-deputado estadual João Beltrão pela aquisição, com recursos públicos da Assembleia, de uma caminhonete L200 Sport HPE, no valor de R$ 43 mil. O veículo foi posto no nome da filha de Beltrão.
Segundo acusação do Ministério Público Federal, o atual candidato do Progressistas à presidência da Câmara esteve à frente de um esquema milionário de “rachadinha” quando integrou a Assembleia de Alagoas. Documentos sigilosos indicaram desvio de R$ 254 milhões dos cofres públicos, entre 2001 e 2007, como mostrou o Estadão. Lira movimentou R$ 9,5 milhões em sua conta.
Intimação
Por decisão judicial, o depoimento de Lira vai ser prestado “através de plataforma virtual”. O caso tramita em segredo de Justiça na 17ª Vara Cível de Maceió.
Em novembro, a Justiça alagoana determinou a “intimação pessoal dos réus Fábio César Jatobá (ex-diretor financeiro da Assembleia) e Arthur Lira, sendo que, quanto a este último, a intimação deverá ser procedida nos seus endereços residenciais (Maceió-AL) e através de requisição ao Presidente da Câmara dos Deputados, em Brasília DF”.
Ao menos quatro ações de improbidade em torno do esquema das rachadinhas ainda tramitam na Justiça de Alagoas.
A defesa do líder do Centrão foi procurada, mas não respondeu. A assessoria de Lira informou que não vai comentar a intimação. O gabinete de Antonio Albuquerque, por sua vez, não se manifestou até a publicação deste texto.
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