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CPI do Futebol suspeita de desvio de verba da Fifa

COL depositou US$ 23,7 milhões em uma conta nos EUA


Isabela Bonfim e Jamil Chade | O Estado de SP

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol suspeita que o Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL) tenha desviado recursos de empréstimos feitos pela Fifa para a organização da Copa no Brasil. 




Informações obtidas com exclusividade pelo Estado revelam uma disparidade nas contas declaradas do COL e os valores obtidos depois da quebra do sigilo bancário do comitê pela CPI. Os senadores da CPI do Futebol vão convocar o presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, para depor mais uma vez em Brasília.

O que chama a atenção da CPI é um empréstimo da Fifa para o COL de US$ 66,7 milhões. Destes, US$ 43 milhões foram devolvidos à entidade máxima do futebol mundial, mas US$ 23,7 milhões foram parar em uma conta do Banco Itaú, nos EUA, sem maiores explicações por parte do COL.

Segundo o material preparado pela CPI, a partir de dados do Banco Central (BC), o COL recebeu entre 2009 e 2012 cerca de US$ 66,7 milhões da Fifa. Os US$ 23,7 milhões foram destinados pelo COL para uma conta do Itaú nos EUA no dia 6 de fevereiro de 2013, em quatro depósitos. No registro do BC, os depósitos aparecem apenas como “empréstimos diretos”.

O COL foi criado com a função de organizar o Mundial e teve como presidentes Ricardo Teixeira e José Maria Marin. Numa última fase a partir de abril de 2015, ela foi liderada por Marco Polo Del Nero.

A CPI vai enviar no domingo à Fifa um dossiê para que o suposto desvio seja apurado pela auditoria da entidade máxima do futebol. A suspeita é de que também pessoas ligadas à Fifa estejam envolvidas, já que o desvio de milhões de dólares dificilmente poderia ocorrer sem o conhecimento de cartolas em Zurique. Membros do alto escalão da Fifa informaram ao Estado que não reconhecem os pagamentos e dizem que a entidade não tem contas nem nos EUA e nem em paraísos fiscais.

Relembre os principais fatos da CPI do Futebol

Em 14 de julho de 2015, a CPI do Futebol foi instalada após quase dois meses de atraso. O senador e ex-jogador Romário (PSB-RJ) foi escolhido presidente da comissão e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator. Devido ao recesso parlamentar, a comissão só comecaria a funcionar efetivamente em agosto. O objetivo era investigar as irregularidades no mundo do futebol, a começar pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).


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