O Essencial da Política. O Príncipe, Apologia de Sócrates, do Contrato Social - Caixa (Português)

CGU abre nova sindicância contra atos da Infraero

Escrito por Josias de Souza

A Controladoria Geral da União abriu mais uma sindicância para apurar supostas malfeitorias praticadas por gestores da Infraero. A portaria determinando a nova investigação foi assinada nesta quarta-feira (17) pelo ministro Jorge Hage, que chefia a CGU. Será publicada na edição de amanhã do Diário Oficial da União.

Dessa vez, o objetivo é apurar irregularidades na comercialização de espaços destinados à veiculação de publicidade nos aeroportos do país. Foram postos sob investigação mais sete dirigentes e alto funcionários da Infraero. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.

A CGU decidiu abrir a nova sindicância porque concluiu, em auditoria preliminar, ter havido irregularidade na aquisição de programa de computador chamado Advantage. Serviria para gerenciar a exploração de publicidade nos aeroportos. Foi fornecido à Infraero pela empresa FS3 Comunicação e Sistemas Ltda. Contratada em dezembro 2003, sob a presidência de Carlos Wilson (PT-PE), a firma foi dispensada dois anos depois, em dezembro de 2005, quando o contrato começou a exalar um forte cheiro de irregularidade.

A CGU concluiu que a contratação foi irregular. Fez-se sem a necessária licitação. Verificou-se, de resto, que, depois da suspensão do contrato com a FS3, a Infraero não adotou nenhum novo método de gerenciamento da exploração de publicidade nos aeroportos. O que teria causado prejuízo de milhões aos cofres da estatal. Por isso, a CGU decidiu-se esquadrinhar todo o setor de publicidade da Infraero.

Além da sindicância aberta nesta quarta-feira, a CGU realiza outras três investigações na Infraero. Duas apuraram irregularidades praticadas pela diretoria financeira da estatal. Dizem respeito a negócios firmados com a seguradora IRB-Brasil. Há no processo um documento da Coaf (Comissão de Controle de Atividades Financeiras) atestando movimentação bancária atípica de dirigente da Infraero.

A outra apuração refere-se à concessão irregular de venda de combustíveis pela Shell do Brasil na área do aeroporto internacional de Brasília. Este processo resultou na recomendação de afastamento de quatro funcionários da Infraero. Afastamentos que a estatal disse, há oito dias, que faria. Mas ainda não fez.

A movimentação da Infraero atende ao desejo de Lula de apressar a "limpeza" da Infraero, para tentar demonstrar a "desnecessidade" da abertura de CPIs no Legislativo. A cada novo caso que vem à tona, porém, a investigação parlamentar vai ganhando contornos inevitáveis.

Nesta terça, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, enviou ao STF parecer favorável à abertura da CPI da Câmara. Espera-se agora que o Supremo julgue o mandado de segurança da oposição até o próximo dia 25 de abril. No Senado, o número de adesões ao requerimento de CPI subiu para 32 assinaturas. O documento deve ser encaminhado formalmente ao presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), amanhã.

Comentários


Amazon Prime Video

Postagens mais visitadas