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Acordos nas CPIs não influenciam a PF e o Ministério Público no caso Infraero

Hugo Marques - IstoÉ

Na contramão das CPIs da Câmara e do Senado, a Polícia Federal e o Ministério Público dão sinais concretos de que as irregularidades praticadas na Infraero poderão ser investigadas e os
responsáveis por elas punidos. Na manhã da sexta-feira 12, a empresária Silvia Pfeiffer entrou discretamente na sede da PF em Curitiba (PR) e começou a prestar um depoimento que até a tarde da quinta-feira 17 não havia terminado.

“Estou contando como funciona o esquema de corrupção na Infraero em seus mínimos detalhes”, disse Silvia. Em abril, à ISTOÉ, a empresária relatou como era realizada a distribuição de propinas na estatal e mostrou depósitos bancários feitos nas contas de diretores da Infraero.

Suas denúncias levaram à instauração de dois inquéritos: um investiga a existência de caixa 2 nas campanhas políticas do Paraná e, o outro, as irregularidades na estatal dos aeroportos. À PF e ao MP Silvia tem entregue novos documentos e os procuradores não descartam a possibilidade de, a partir do depoimento, requisitarem a quebra de sigilos bancários, telefônicos e fiscais.

As informações e documentos levados pela empresária à polícia animam os procuradores e delegados envolvidos no caso.

Também nas CPIs, tem crescido o número de parlamentares interessados em ouvi-la, mas a maioria governista insiste em tapar o sol com a penira. “Não dá para separar apagão aéreo dos investimentos mal feitos da Infraero”, considera a deputada Solange Amaral (DEM – RJ), vice-presidente da Comissão. “Botaram dinheiro nos aeroportos e não investiram em segurança de vôo. Agora eu entendo por que o governo parou o Congresso para impedir a CPI.” Além de
Sílvia, Solange apresentou requerimento para convocar a diretora de Engenharia da Infraero, Eleuza Therezinha Lopes.

O requerimento ainda não foi aprovado. Há, porém, quem considere que o empenho da oposição acabará refreado pelo fato de algumas das denúncias de Sílvia atingirem também políticos do PFL (o atual DEM) no Paraná. “É por isso que nem o governo nem parte da oposição querem
investigar a Infraero”, critica a deputada do PSOL Luciana Genro (RS).

Ela apresentou requerimento para convocar Silvia Pfeiffer, mas o relator da CPI, Marco Maia, do PT gaúcho, engavetou o documento. Se não vier a ser chamada para a CPI, Sílvia pode ainda ser convocada por alguma outra instância da Câmara. O deputado Celso Russomano, do PP paulista, quer levá-la à Comissão de Fiscalização e Controle.

As denúncias, porém, começam a ter efeito prático na Infraero. Atendendo a recomenação da
Controladoria-Geral da União, a Infraero afastou na quarta-feira três ex-diretores comerciais envolvidos com as falcatruas do contrato com a FS3 Comunicação, denunciadas por ISTOÉ em 2004.

Foram afastados de seus cargos a assessora de Planejamento Mariângela Russo, o assessor comercial do Aeroporto de Guarulhos Roberto Spinelli Júnior e o assessor da Presidência Tércio Ivan de Barros, exdiretor comercial. Se juntam aos exdiretores comerciais Fernando Brendaglia e Wellington Moura, além da assessora da diretoria comercial Márcia Chaves, que já tinham sido afastados.

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