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Promotores investigam lavagem de dinheiro em empresas ligadas a suspeitos

Adriana Cruz - O Dia

Rio - O Ministério Público Federal vai investigar, sob suspeita de lavagem de dinheiro, empresas em nome dos acusados de envolvimento com a máfia do jogo de azar. Um dos principais alvos dos procuradores da República será o empresário português Licínio Soares Bastos, apontado na Operação Furacão, da Polícia Federal, como dono do Bingo Icaraí, em Niterói.

Levantamento feito por O DIA na Junta Comercial do Rio constatou que Licínio é sócio de nove empresas — e ligado a outra — de diferentes ramos, como clínica, motéis e operadora de carga no Porto do Rio, com cinco filiais. Somado, o capital social atinge R$ 11 milhões. Licínio tem participação em R$ 2,9 milhões.

“Há fortes indícios de que as empresas eram usadas para lavagem de dinheiro. Isso será nova etapa na investigação. É muito estranho que o Licínio seja sócio de empresas diferentes que movimentavam valores monstruosos”, avaliou o procurador Orlando Cunha.

Desde o início da Operação Furacão, em 13 de abril, o Supremo Tribunal Federal bloqueou as contas correntes dos 28 investigados, entre eles os contraventores Aniz Abraão David, o Anísio, Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, e Antônio Petrus Kallil, o Turcão, apontados como chefes da organização criminosa que envolve policiais, advogados, empresários e desembargadores que beneficiavam com decisões judiciais os bingos. O ministro Paulo Medina, afastado do Superior Tribunal de Justiça, também investigado. À Justiça Licínio, admitiu ter relações com bingos até 2002.

Dupla de presos sócia em motel

O investimento mais alto em capital social de Licínio é na L.C. Administração e Participações. Sócio-gerente, investiu R$ 1.138.500. Versátil, ele é sócio ainda da Piraquara Empreendimentos Imobiliários, com conta de R$ 810 mil. Na Triunfo Operadora Portuária, que tem mais 5 filiais, é sócio-gerente, com R$ 750 mil. A Triunfo tem participação na TPS Rio Terminal de Produtos Siderúrgicos, com R$ 191.400,00.

Lícinio tem participação no Champion Hotel, que fica na Av. Brasil, no Jardim América, e no L’Amour Motel, em Realengo. No empreendimento, Laurentino Freire dos Santos tem cota de R$ 20.752. Laurentino é apontado na Operação Furacão como dono de bingos, entre eles o Icaraí e Bora Bingo. Os dois estão presos. As outras empresas de Licínio são a Policlínica Central da Taquara, Transportes Naza, Valencia Lakes do Brasil Empreendimentos e Participações e o Let it be bar, em Copacabana.

Ontem, João Oliveira Faria, acusado de pagar propinas a policiais que informavam sobre operações contra bingos, nada declarou à 6ª Vara Federal Criminal. A juíza Ana Paula Vieira de Carvalho deu 48 horas para que advogados decidam se os clientes que se negaram a falar por falta de informações voltarão a depor. Isso pode ocorrer a partir do dia 15.

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