O Globo
O funcionalismo público federal, aliado histórico do PT, não tem do que reclamar do governo Lula. Aumentos, quando concedidos, como ocorreu no ano passado, próximo das eleições, ultrapassam os índices praticados no mercado de trabalho privado. O próprio número de servidores tem aumentado de forma substancial: no final de
Só em 2006, os contribuintes gastaram R$105 bilhões com os servidores federais, um aumento de 14% em relação ao ano anterior. Como a inflação anual ficou abaixo dos 4%, o reajuste real da folha de salários do funcionalismo foi enorme.
Em troca, o que recebe a sociedade? Reportagem publicada domingo pelo GLOBO trouxe a resposta: filas em diversas repartições, burocracia e descaso quase generalizado. O contribuinte, em última análise o patrão dos servidores públicos, quem lhes paga o salário, padece para tirar ou renovar passaporte na Polícia Federal. Ou se exaspera nos postos de atendimento do INSS e diante dos guichês vazios do Ministério do Trabalho, onde vai tentar receber o seguro-desemprego.
Os exemplos são incontáveis e se estendem também para as esferas estadual e municipal. Mas no governo federal, pelo seu tamanho, as cifras são maiores, assim como o número de vítimas do corporativismo que se entranhou no serviço público, incentivado, na prática, pelo governo Lula.
Logo no início do primeiro mandato de Lula, o engavetamento da reforma administrativa já indicava para onde os ventos soprariam. Nada de avaliação de desempenho, muito menos remuneração por mérito. O resultado é visível no mau atendimento à população em diversos balcões e guichês.
O movimento dos controladores de vôo alertou o Planalto para o risco de paralisações em setores essenciais. Foi, então, anunciado o envio ao Congresso do projeto de regulamentação do direito de greve do funcionalismo. Mas, até agora, nada. Pelo jeito, greves criminosas não deixarão de ser decretadas contra a população e serviços públicos continuarão a ser prestados como se fossem um favor.
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