Um artigo publicado nesta sexta-feira no jornal alemão Berliner Zeitung diz que o Brasil passou a "se colocar em dúvida" desde o acidente com o Airbus A320 da TAM.
A reportagem fala do que chama a "eterna oscilação (brasileira) entre o sentimento de inferioridade e o otimismo em relação ao progresso", afirmando que a segunda metade da equação foi "abalada" pelo incidente.
"A idéia de progresso está na base da construção da identidade nacional brasileira", afirma o Berliner Zeitung, citando o mote nacional "Ordem e Progresso", contido na bandeira brasileira.
Mas o país de dimensões continentais e confiança no futuro entra em crise diante de um acidente que remete a lembrança à célebre frase - que ninguém sabe se foi mesmo dita pelo presidente francês Charles De Gaulle, segundo o jornal - de que "o Brasil não é um país sério".
"A catástrofe trouxe junto a (lembrança da) mediocridade geral, a incompetência", enquanto, nas palavras do deputado federal Fernando Gabeira reproduzidas pelo jornal, "o povo mesmo é uma abstração destinada a sofrer".
Ao mesmo tempo, diz o artigo, as responsabilidades pelo acidente são transferidas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não literalmente, avisa o jornal, por que não lhe cabe, mas "simbolicamente".
"O fracasso do Estado se torna assim personalizado." Já o jornal britânico The Independent publicou uma reportagem dizendo que "as autoridades brasileiras tentam resgatar o sistema de aviação civil do país da beira de um colapso total".
No título do artigo, o jornal diz que "o acidente aéreo gerou uma crise nacional para Lula".
"Mesmo antes do acidente, a confiança pública no sistema aéreo estava no menor nível de todos os tempos", afirma a reportagem.
"A frustração com atrasos infindáveis e cancelamentos estava disseminada."
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