Fábio Malta
O destino das deputadas cassadas esta semana pela Assembléia Legislativa (Alerj) não deve ser dos mais promissores, a não ser que consigam reverter na Justiça a punição. O caso de Aluízio de Castro (PPB), que perdeu o mandato em 1998, após ser flagrado tentando comprar votos para derrubar o veto do então governador Marcello Alencar (PSDB) à privatização da Cedae, era o único na história da Casa. O ex-deputado teve seus direitos políticos restituídos em 2006 (a pena é de inelegibilidade por oito anos), mas desapareceu do mapa político. Na última terça, Jane Cozzolino (PTC) e Renata do Posto (PTB) engrossaram a lista negra do parlamento fluminense.
As deputadas foram acusadas de nomear funcionários fantasmas no esquema que fraudava o auxílio-educação da Alerj. Ambas estavam no primeiro mandato e vêm de famílias com tradição política. Porém, Jane dificilmente vai poder contar com a ajuda da irmã, a prefeita de Magé, Núbia Cozzolino. Os problemas para ela começaram antes mesmo do inferno astral que Jane enfrentou na Alerj.
Núbia, e os irmãos Charles, ex-prefeito de Magé, e Núcia, secretária de Fazenda, estão na relação de suspeitos de terem participado de fraudes em seis municípios, apontadas em investigações da Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco) na operação Uniforme Fantasma, estourada em janeiro último. A acusação é de fraudes em licitações e desvio de verbas. Charles chegou a ser preso em fevereiro.
Jane e Charles também foram denunciados em 2006 por improbidade administrativa. Em agosto daquele ano, foi apreendido material de propaganda nos 30 postos de saúde do município, e o Ministério Público diz ter encontrado indícios de que o título de eleitor dos pacientes era solicitado quando preenchiam a ficha de atendimento.
Renata já foi vice de Núbia, e é sobrinha do prefeito de Guapimirim, o ex-deputado Nelson do Posto (PMDB). O vice deste é o irmão dela, Júnior do Posto. Em entrevista ao Jornal da Alerj no fim de 2004, Nelson, que já foi prefeito em Magé, creditou o sucesso eleitoral da família ao cumprimento da palavra.
"Ninguém é obrigado a tratar nada, mas tudo o que for tratado tem que ser cumprido", declarou à época.
Quem já pôde aferir a influência que uma cassação na família chega a ter nas urnas foi a vereadora carioca Cristiane Brasil, filha do ex-deputado federal cassado Roberto Jef-ferson, que não conseguiu se eleger deputada em 2006.
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