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Incra gasta R$ 843 mil para ativar cooperativa suspeita

Ministério Público Federal investiga grupo ligado ao MST por desvio de dinheiro

Em dez anos sociedade já recebeu R$ 8,5 mi de verbas públicas, porém, ainda não opera; recursos serão para a produção de leite e de frutas



CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE

Por meio do Incra, o governo federal vai bancar as obras para pôr em funcionamento a Cocamp (Cooperativa dos Assentados da Reforma Agrária do Pontal do Paranapanema), dirigida pelo MST e alvo de investigações e ações do Ministério Público Federal por suspeita de improbidade administrativa e desvio de dinheiro público.

Inicialmente, há previsão do emprego de R$ 843,6 mil na cooperativa, que já recebeu mais de R$ 8,5 milhões em verbas governamentais e, uma década depois do término de sua construção, nunca operou.

As obras para ativar os setores de laticínio e fruticultura da agroindústria localizada em Teodoro Sampaio (672 km a oeste de SP) têm início previsto para esta semana e são de responsabilidade da Superintendência do Incra em São Paulo.

A direção da Cocamp, hoje com 1.700 associados, espera trabalhar com capacidade para produzir 50 mil litros de leite por dia. Já no setor de fruticultura a idéia inicial é beneficiar todos os tipos de frutas, com exceção das cítricas.

Para dar transparência à liberação de mais recursos públicos na Cocamp, foi criado o Comitê de Controle, Monitoramento e Assessoria, que fiscalizará a aplicação do investimento. A proposta do comitê é evitar que o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) administre a verba, como ocorreu na década de 90, quando - após denúncias - a Justiça impediu que a Cocamp recebesse mais dinheiro.

Na ocasião, sem condições de concluir as instalações do parque industrial, a cooperativa não conseguiu sair do papel.

Fazem parte do novo comitê, de acordo com o Incra, dois prefeitos, representantes do próprio Incra, MST, Procuradoria da República e o bispo emérito de Presidente Prudente, dom José Maria Libório, aliado dos movimentos sem-terra e membro da CPT (Comissão Pastoral da Terra).

Isso porque a direção do MST silenciou sobre o tema, após o histórico de denúncias de fraude na cooperativa.

O bispo confirmou à reportagem que está marcada para o dia 5 de dezembro a primeira inspeção nas obras.

Para Libório, a diferença da iniciativa atual em relação à passada é a "seriedade das pessoas envolvidas". "Não vamos tocar no dinheiro, graças a Deus. A verba vem direto do Incra para resolver esse problema e nós vamos fiscalizar, acompanhar de fato", afirmou o bispo.

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