Folha salarial do Judiciário cresce 295% em 14 anos
Josias de Souza
Entre janeiro de 1995 e dezembro de 2008, a folha do Judiciário foi tonificada em 295%. Cresceu mais do que a do Executivo (72%) e a do Legislativo (187%).
No mesmo período, que compreende os oito anos de FHC e os seis primeiros de Lula, cresceu também o número de servidores dos três Poderes.
Nesse item, o tônico foi maior no Legislativo (204%) do que no Judiciário (79%) e no Executivo (17%).
Na raiz do descompasso, está a regra que dá autonomia financeira aos poderes. Coisa prevista na Constituição de 88.
A julgar pela qualidade dos serviços que lhe prestam, o contribuinte vem sendo compelido a bancar um custo que não faz jus ao benefício.
Como se fosse pouco, deslizam pelos escaninhos da Câmara projetos que reforçam os contracheques dos ministros do STF e do procurador-geral da República.
Considerando-se a cascata que descerá sobre as folhas das instâncias inferiores do Judiciário e do Ministério Público, estima-se um gastos extra nada desprezível.
Coisa de R$ 156 milhões por ano. A conta foi feita numa fase em que os ministros do STF pleiteavam reajuste dos atuais R$ 24.500 para R$ 25.725 mensais.
Como os deputados empurram os projetos com a barriga, a pedida aumentou: R$ 27.716. Michel Temer (PMDB-SP) condiciona a votação ao consenso.
Por ora, viceja o dissenso. Os líderes José Aníbal (PSDB) e Ronaldo Caiado (DEM) são contra. O líder Cândido Vacarezza (PT) acha que a encrenca deveria ser levada a voto.
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