FELIPE SOUZA - FOLHA DE SP
Durante o anúncio da revogação do aumento das tarifas em São Paulo, o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), disseram que a medida levará o governo a cortar gastos.
Alckmin disse que será necessário "apertar o cinto" após a renúncia do reajuste da tarifa. "Nós teremos que cortar investimentos porque as empresas que suportam [essa diferença de valor] não têm como arcar. O tesouro paulista --orçamento do Estado-- vai arcar com esses custos, fazendo um ajuste na área dos investimentos", disse o governador.
Entretanto, ele afirmou que entende que a redução é importante, porém, é necessário priorizar o transporte coletivo de alta capacidade, além de gerar tranquilidade para "debater temas legitimamente colocados na cidade".
Fernando Haddad disse que fará debates com a população para analisar os impactos da medida. Segundo ele, a decisão de revogar a tarifa "foi um gesto de aproximação, abertura e manutenção do espírito de democracia e convívio pacífico".
"Estaremos em diálogo permanente com a população de São Paulo, nas subprefeituras para que o orçamento da cidade seja repensado à luz dessa nova realidade", disse Haddad.
VANDALISMO
Sobre os episódios de violência ocorridos ontem, durante o sexto protesto contra o aumento da passagem de ônibus, o prefeito disse que existem grupos no movimento que querem interditar o diálogo.
"Infelizmente o debate tem sido interditado por grupos que não confiam na democracia. São criminosos os que estão agindo nas ruas", criticou.
"Gestos como o de ontem não contribuem para o funcionamento da cidade. Independente da manifestação, as pessoas têm o direito de chegar ao trabalho, de chegar em casa. Mas você não precisa, para ter manifestação, excluir os demais direitos das pessoas. O que aconteceu foi uma atrocidade contra a cidade."
Sobre as críticas de que a Polícia Militar demorou a agir ontem, Haddad disse que telefonou ao secretário Fernando Grella (Segurança Pública) e ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e ouviu explicações de que existe uma preocupação da polícia em só agir em último caso.
"Obviamente, depois da quinta-feira, existe uma preocupação muito grande para que, de parte da população, não haja uma percepção de que a polícia esteja em contradição com ela. Existe uma preocupação grande da Polícia Militar neste momento de só agir em último caso, preservando a integridade física das pessoas."
Na quinta-feira (13), a PM foi criticada por ter contido a manifestação com uso indiscriminado de balas de borracha, que atingiram inclusive jornalistas, e detenções de pessoas que portavam apenas frascos com vinagre -- usado para amenizar os efeitos do gás lacrimogêneo. Haddad disse ainda que a GCM (Guarda Civil Metropolitana) preservou o prédio da prefeitura e só acionou a PM "no tempo devido".
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Com redução das tarifas, Alckmin e Haddad anunciam cortes de investimentos
junho 20, 2013
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