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Dívida pública chega a R$ 2,07 trilhões e é a maior desde 2000

Instituições financeiras elevam estimativas para inflação e juros em 2014


CRISTIANE BONFANTI
GABRIELA VALENTE
O GLOBO


BRASÍLIA E SÃO PAULO - A dívida pública brasileira em títulos em poder do mercado financeiro atingiu R$ 2,07 trilhões em novembro — o maior valor registrado na série histórica iniciada em 2000. Os recursos que o governo toma emprestado para financiar necessidades do país cresceu 2,32%, na comparação com o mês anterior, quando estava em R$ 2,02 trilhões, segundo dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional.

O coordenador de Operações da Dívida Pública, José Franco de Morais, explicou que houve uma alta no estoque da dívida em razão da emissão de títulos em patamar superior aos resgates de papéis em novembro. No fim de 2012, a dívida pública havia atingido pela primeira vez a marca de R$ 2 trilhões. 


— A ideia é que, com as emissões (de papéis) já ocorridas em dezembro, o estoque da dívida fique dentro do intervalo do PAF (Plano Anual de Financiamento 2013). O estoque deve ficar um pouco acima de R$ 2,1 trilhões — disse o coordenador.

No mês passado, as instituições financeiras aumentaram a sua carteira de títulos brasileiros. A parcela da dívida nas mãos dos bancos cresceu de R$ 550,1 bilhões para R$ 574,9 bilhões. O coordenador ressaltou que, por outro lado, houve queda no total de títulos brasileiros em poder de estrangeiros. A participação caiu de 16,91% para 16,53% do total da dívida. No mês passado, eles detinham R$ 326,02 bilhões em papéis brasileiros, sobretudo em títulos prefixados, com correção determinada no momento do leilão, o que garante ao governo maior previsibilidade na organização de suas contas.


Dólar cai e bolsa sobe


Morais adiantou que, em dezembro, houve a emissão de R$ 1,5 bilhão em papéis em favor da Conta de Desenvolvimento Energético — que banca a redução do valor da luz. Na soma do ano , o total é de R$ 7,8 bilhões.

Os economistas aumentaram a estimativa para a inflação em 2014 na pesquisa semanal que o Banco Central faz com as principais instituições financeiras. A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,95% para 5,97%. Foi a segunda alta consecutiva. Além disso, os analistas do mercado financeiro mudaram as previsões em relação aos juros. A projeção anterior era que a taxa passaria dos atuais 10% para 10,25% ao ano em janeiro e parariam por aí. Agora, apostam em mais uma alta de 0,25 ponto percentual em fevereiro.

Pela ter ceira semana seguida, os analistas diminuíram a projEção de expansão da economia brasileira para o ano que vem. Desta vez, caiu levemente de 2,01% para 2%. Para este ano, mantiveram a previsão de crescimento em 2,3%. Mas aumentaram a perspectiva para a inflação de 5,7% para 5,72%.

Os investidores evitaram tomar posições mais arriscadas no mercado de câmbio ontem. O dólar comercial fechou em queda frente ao real de 1,13%, negociada a R$ 2,358 na compra e a R$ 2,360 na venda, a mínima cotação do dia. Na máxima, a moeda americana chegou a R$ 2,381.

Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o principal indicador (Ibovespa) encerrou em alta de 0,33% aos 51.356 pontos, mas com baixo volume negociado, de R$ 4,1 bilhões. Não haverá pregão hoje e amanhã na Bovespa.


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