Novos parágrafos criticam grupos que pediam investigação mais detalhada.
Confundido com terrorista, brasileiro foi morto pela polícia inglesa em 2005.
Do G1, em São Paulo
Alterações feitas no artigo da Wikipédia sobre o brasileiro Jean Charles de Menezes foram feitas em computadores usados pelo governo britânico. De acordo com o jornal inglês “The Guardian”, ativistas rastrearam o IP (número que identifica um computador na internet) e determinaram a autoria de um novo parágrafo, que critica os grupos que exigiram investigações mais detalhadas sobre o caso de Jean Charles.
Jean, de 27 anos, morreu na estação de metrô Stockwell, no sul de Londres, em 22 de julho de 2005 depois que policiais o seguiram e atiraram nele ao confundi-lo com um terrorista. O incidente ocorreu um dia depois dos atentados fracassados contra o metrô de Londres e depois dos ataques terroristas de 7 de julho contra a rede de transporte da cidade.
Segundo o jornal, que atribui ao telejornal Channel 4 News a descoberta, outros casos de grande repercussão também sofreram alterações, como o do garoto Damilola Taylor, de 10 anos. No artigo, a afirmação de que ele “foi assassinado” em 2010 foi substituída por “morreu”.
Em relação ao caso do brasileiro, os novos trechos do texto atacam diretamente aqueles que exigiam maior investigação e punições aos policiais envolvidos, alegando que eles chegariam até a justificar atos de terrorismo ou diminuir sua importância. Além disso, a própria vítima foi alvo de críticas.
“Houve certa repercussão negativa contra Menezes, com tabloides britânicos em especial protestando por ele ter recebido mais espaço do que qualquer uma das 52 pessoas que morreram nos atentados a bomba. Grupos ‘anti guerra’ que defendem o caso de Menezes ignoram o destino das vítimas dos atentados, com alguns chegando a ‘compreender’ os atentados em função do papel do Reino Unido no Iraque”, diz a alteração feita em um computador do governo.
Os adeptos do movimento “Stop the War” foram ainda acusados de acreditar que “os ataques terroristas na Inglaterra são justificados por causa do envolvimento do Reino Unido na queda de Saddam Hussein”. Além disso, foi acrescentado um trecho que questiona se Jean Charles realmente era um imigrante legalizado no país.
Falando ao Channel 4 News em nome da família de Menezes, o porta-voz Asad Rehman se disse chocado. “Como qualquer cidadão, estou chocado. Esse é ainda mais um ataque à família. Ao longo dos anos temos visto mentiras, desinformação e pontos obscuros durante a tentativa da família em encontrar verdade, justiça e respostas sobre como um jovem inocente foi baleado e morto por policiais a caminho do trabalho”.
Segundo o “The Guardian”, é pouco provável que o governo britânico inicie uma investigação sobre o caso, embora um porta-voz tenha afirmado que existe um código de conduta que deve ser seguido por funcionários públicos e que, em breve, “novas e maiores instruções sobre internet e mídias sociais serão distribuídas em todos os departamentos”.
Em junho deste ano, um funcionário público de 24 anos foi demitido após a descoberta de que, usando um computador de seu trabalho, ele havia feito alterações no artigo da Wikipédia sobre o desastre de Hillsborough, que deixou 96 mortos e mais de 700 feridos em 1989, após um tumulto em um estádio de futebol em Sheffield.
O funcionário, que trabalhava em Liverpool e não teve sua identidade divulgada, alterou um trecho do hino do Liverpool, um dos times que jogaria no dia do acidente. A frase “You’ll never walk alone” (Você nunca caminhará sozinho) foi substituída por “You’ll never walk again” (Você nunca caminhará novamente).
Alterações feitas no artigo da Wikipédia sobre o brasileiro Jean Charles de Menezes foram feitas em computadores usados pelo governo britânico. De acordo com o jornal inglês “The Guardian”, ativistas rastrearam o IP (número que identifica um computador na internet) e determinaram a autoria de um novo parágrafo, que critica os grupos que exigiram investigações mais detalhadas sobre o caso de Jean Charles.
Jean, de 27 anos, morreu na estação de metrô Stockwell, no sul de Londres, em 22 de julho de 2005 depois que policiais o seguiram e atiraram nele ao confundi-lo com um terrorista. O incidente ocorreu um dia depois dos atentados fracassados contra o metrô de Londres e depois dos ataques terroristas de 7 de julho contra a rede de transporte da cidade.
Segundo o jornal, que atribui ao telejornal Channel 4 News a descoberta, outros casos de grande repercussão também sofreram alterações, como o do garoto Damilola Taylor, de 10 anos. No artigo, a afirmação de que ele “foi assassinado” em 2010 foi substituída por “morreu”.
Em relação ao caso do brasileiro, os novos trechos do texto atacam diretamente aqueles que exigiam maior investigação e punições aos policiais envolvidos, alegando que eles chegariam até a justificar atos de terrorismo ou diminuir sua importância. Além disso, a própria vítima foi alvo de críticas.
“Houve certa repercussão negativa contra Menezes, com tabloides britânicos em especial protestando por ele ter recebido mais espaço do que qualquer uma das 52 pessoas que morreram nos atentados a bomba. Grupos ‘anti guerra’ que defendem o caso de Menezes ignoram o destino das vítimas dos atentados, com alguns chegando a ‘compreender’ os atentados em função do papel do Reino Unido no Iraque”, diz a alteração feita em um computador do governo.
Os adeptos do movimento “Stop the War” foram ainda acusados de acreditar que “os ataques terroristas na Inglaterra são justificados por causa do envolvimento do Reino Unido na queda de Saddam Hussein”. Além disso, foi acrescentado um trecho que questiona se Jean Charles realmente era um imigrante legalizado no país.
Falando ao Channel 4 News em nome da família de Menezes, o porta-voz Asad Rehman se disse chocado. “Como qualquer cidadão, estou chocado. Esse é ainda mais um ataque à família. Ao longo dos anos temos visto mentiras, desinformação e pontos obscuros durante a tentativa da família em encontrar verdade, justiça e respostas sobre como um jovem inocente foi baleado e morto por policiais a caminho do trabalho”.
Segundo o “The Guardian”, é pouco provável que o governo britânico inicie uma investigação sobre o caso, embora um porta-voz tenha afirmado que existe um código de conduta que deve ser seguido por funcionários públicos e que, em breve, “novas e maiores instruções sobre internet e mídias sociais serão distribuídas em todos os departamentos”.
Em junho deste ano, um funcionário público de 24 anos foi demitido após a descoberta de que, usando um computador de seu trabalho, ele havia feito alterações no artigo da Wikipédia sobre o desastre de Hillsborough, que deixou 96 mortos e mais de 700 feridos em 1989, após um tumulto em um estádio de futebol em Sheffield.
O funcionário, que trabalhava em Liverpool e não teve sua identidade divulgada, alterou um trecho do hino do Liverpool, um dos times que jogaria no dia do acidente. A frase “You’ll never walk alone” (Você nunca caminhará sozinho) foi substituída por “You’ll never walk again” (Você nunca caminhará novamente).
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