Conselho de Ética e plenário da Câmara ainda precisam votar relatório.
Deputado diz que houve 'pré-julgamento' e defesa não vê ato ilícito.
Felipe Néri
Do G1, em Brasília
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) apresentou nesta terça-feira (5) ao Conselho de Ética da Câmara relatório que pede a cassação do deputado André Vargas (sem partido-PR). O voto foi anunciado quase quatro meses após a abertura de processo contra o parlamentar devido a denúncias sobre o envolvimento de Vargas com o doleiro Alberto Youssef.
O relatório de Delgado aponta quebra do decoro parlamentar, mas a perda efetiva do mandato de Vargas depende de votação favorável pela maioria dos membros do Conselho de Ética e também pela maioria dos deputados no plenário da Câmara.
Logo após a conclusão da leitura do relatório, os deputados Izalci (PSDB-DF), Sibá Machado (PT-AC) e Rosane Ferreira (PV-PR) pediram mais tempo para analisar o processo. Com o pedido de vista, a votação para aprovar só pode ser feita após ao menos duas sessões do plenário da Câmara. Como não haverá votações nas próximas semanas de agosto, a apreciação do relatório só deverá ocorrer em setembro.
Ex-petista, André Vargas foi vice-presidente da Câmara e renunciou ao cargo após a abertura do processo contra ele. A investigação apurou uso que Vargas fez de jatinho alugado por Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal por suspeita de comandar esquema de lavagem de dinheiro que movimento cerca de R$ 10 bilhões.
O processo também analisou a suposta atuação do parlamentar junto ao doleiro em contrato assinado pelo laboratório Labogen, que recebeu recursos de Youssef, em contrato com o Ministério da Saúde.
O relatório de Delgado aponta haver "estreita" relação entre Vargas e Youssef, tendo o deputado exercido papel de "protagonismo" no convênio da Labogen com o governo federal.
"O nível de frequência com que eles se falavam mostra que havia relacionamento estreito e intimo […] que chegava a negócios ilícitos de Youssef, que no contrato da Labogen com o Ministério da Saúde mostram que relação estava no seio da Esplanada dos Ministérios", diz o relatório de Delgado.
André Vargas não apareceu para a leitura do voto. Mais cedo, Delgado iniciou a leitura de seu relatório em sessão que contou com a participação de Vargas. O deputado investigado, no entanto, deixou a reunião sem se defender das acusações, alegando ter sofrido "pré-julgamento" pelo relator e afirmando ter tido a sua defesa cerceada.
A sessão precisou ser interrompida sem a apresentação do voto do relator devido ao início da ordem do dia, momento destinado à votação de projetos no plenário da Câmara.
Defesa
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) apresentou nesta terça-feira (5) ao Conselho de Ética da Câmara relatório que pede a cassação do deputado André Vargas (sem partido-PR). O voto foi anunciado quase quatro meses após a abertura de processo contra o parlamentar devido a denúncias sobre o envolvimento de Vargas com o doleiro Alberto Youssef.
O relatório de Delgado aponta quebra do decoro parlamentar, mas a perda efetiva do mandato de Vargas depende de votação favorável pela maioria dos membros do Conselho de Ética e também pela maioria dos deputados no plenário da Câmara.
Logo após a conclusão da leitura do relatório, os deputados Izalci (PSDB-DF), Sibá Machado (PT-AC) e Rosane Ferreira (PV-PR) pediram mais tempo para analisar o processo. Com o pedido de vista, a votação para aprovar só pode ser feita após ao menos duas sessões do plenário da Câmara. Como não haverá votações nas próximas semanas de agosto, a apreciação do relatório só deverá ocorrer em setembro.
Ex-petista, André Vargas foi vice-presidente da Câmara e renunciou ao cargo após a abertura do processo contra ele. A investigação apurou uso que Vargas fez de jatinho alugado por Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal por suspeita de comandar esquema de lavagem de dinheiro que movimento cerca de R$ 10 bilhões.
O processo também analisou a suposta atuação do parlamentar junto ao doleiro em contrato assinado pelo laboratório Labogen, que recebeu recursos de Youssef, em contrato com o Ministério da Saúde.
O relatório de Delgado aponta haver "estreita" relação entre Vargas e Youssef, tendo o deputado exercido papel de "protagonismo" no convênio da Labogen com o governo federal.
"O nível de frequência com que eles se falavam mostra que havia relacionamento estreito e intimo […] que chegava a negócios ilícitos de Youssef, que no contrato da Labogen com o Ministério da Saúde mostram que relação estava no seio da Esplanada dos Ministérios", diz o relatório de Delgado.
André Vargas não apareceu para a leitura do voto. Mais cedo, Delgado iniciou a leitura de seu relatório em sessão que contou com a participação de Vargas. O deputado investigado, no entanto, deixou a reunião sem se defender das acusações, alegando ter sofrido "pré-julgamento" pelo relator e afirmando ter tido a sua defesa cerceada.
A sessão precisou ser interrompida sem a apresentação do voto do relator devido ao início da ordem do dia, momento destinado à votação de projetos no plenário da Câmara.
Defesa
Em defesa de Vargas, o advogado Michel Saliba voltou afirmou mais cedo que o parlamentar cometeu "equívoco" ao aceitar viajar com a família em aeronave alugada por Youssef. No entanto, ele negou que tenha havido atividade ilícita no que diz respeito à reunião de Vargas com membro da Labogen para tratar de contrato com o Ministério da Saúde.
"As portas dos gabinetes estão abertas. A partir da análise daquele projeto, daquela demanda, o deputado diz 'olha, isso não tem condições', 'isso tem e vou fazer o possível para levar esse projeto adiante'. Aparece na prática diária da Câmara desde os invetores de carro a ar, até projetos mais concretos", disse Saliba.
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