Gravação tem voz do deputado falando em gastos de R$ 4,1 milhões
Elizeu Pires
“Se todo mundo perder, ninguém gastou nada, eu me f… todo. Tirei R$ 4,1 milhões do meu patrimônio”, disse o deputado estadual Paulo Melo durante uma reunião com o seu candidato a prefeito de Saquarema, Hamilton Nunes de Oliveira, o Pitico (PMDB), que respondeu: “Eu estava bem, no meu carguinho lá, e agora você que me botou nisso”.
No áudio Hamilton Pitico demonstra arrependimento por ter deixado cargo de chefe de gabinete do deputado Paulo Melo para aceitar ser o candidato a prefeito do grupo |
A conversa foi gravada sem que Melo - que atualmente comanda a Secretaria de Assistência Social - soubesse e teria sido vazada via Whatsap do telefone celular do próprio Pitico, que demonstrou estar arrependido de ter deixado o cargo de chefe de gabinete de Melo para se aventurar na disputa pela Prefeitura.
Principal apoiador de Pitico, de quem é padrinho político, o deputado vinha mostrando nervosismo com o avanço do ex-prefeito Antonio Peres, agora substituído pela esposa, Manuela Peres, o que parece preocupar ainda mais ao grupo de Paulo Melo. “Com Peres o deputado ainda achava que se perdesse a eleição poderia reverter a situação na Justiça, como ocorreu com o Dalton Borges em 2008, quando a atual prefeita (Franciane Mota, esposa do deputado) perdeu nas urnas. Como Manuela não tem pendências judiciais ele não sabe o que vai fazer depois se ela bater o Pitico no voto”, disse membro do PMDB.
Vinte e quatro horas após o vazamento do áudio Paulo Melo confirmou que a voz é mesmo dele, mas negou ter aplicado a cifra toda na campanha do seu candidato. À revista Veja ele disse que o áudio foi editado e que os R$ 4,1 milhões referem à verba usada por ele nas eleições de 2014, quando foi reeleito deputado estadual, e nas deste ano.
“De fato doei à campanha do meu candidato, dentro das regras estabelecidas pela lei. É bom destacar que não se trata de dinheiro público ou qualquer tipo de doação ilícita, como tentam fazer parecer nossos adversários. Doei 200.000 mil, quantia dividida entre o candidato a prefeito e a vereadores, além de alguns candidatos de cidades vizinhas”, explicou o deputado através de nota.
Como o limite de gastos na campanha para prefeito de Saquarema está fixado em R$ 1,586 milhões. Se comprovado que o deputado desembolsou mesmo os R$ 4,1 milhões estará configurado abuso de poder econômico.
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