'Diário do Poder' acompanhou as buscas no escritório vazio
Elijonas Maia | Diário do Poder
Na 9ª fase da Operação Acrônimo, nesta sexta-feira (23), a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão no escritório da empreiteira OAS em um centro empresarial da Asa Sul de Brasília. O local, porém, estava vazio. Por volta das 9h, o Diário do Poder acompanhou as buscas entre as salas do local. Nenhuma mobília de escritório foi encontrada, nem funcionários trabalhando.
Os policiais federais cumpriram o mandado em um centro empresarial da Asa Sul de Brasília. (Fotos: Elijonas Maia/Diário do Poder) |
A OAS é investigada como um elo junto ao chefe da Casa Civil de Minas Gerais, Marco Rezende, outro alvo da Acrônimo, braço direito do governador Fernando Pimentel (PT), centro das apurações da Acrônimo, e a a MOP Consultoria, de Rezende. A empresa de Marco Rezende recebeu cerca de R$ 1,7 milhão entre 2013 e 2014 do escritório de advocacia Botelho Spagnol, de Minas, mas para a PF há indícios de que o serviço contratado não foi prestado.
A PF ainda identificou pagamentos de empresas de grande porte ao escritório de advocacia em períodos próximos a repasses do escritório à MOP Consultoria. Entre essas empresas, há multinacionais. Os investigadores suspeitam que o pagamento de propina tenha seguido essa sequência de repasses.
Governador na mira
As investigações da Operação Acrônimo começaram em 2014, quando o avião de Benedito Rordrigues de Oliveira Neto, o Bené, empresário do ramo gráfico conhecido por suas ligações aos governos Lula e Dilma, foi apreendido com R$ 133 mil em espécie. Naquela ocasião, Bené seguia de Belo Horizonte (MG) para Brasília (DF), quando foi surpreendido por agentes da PF no Aeroporto JK.
A Polícia Federal chegou até Bené após comprovar que ele financiou campanhas petistas e da presidente Dilma com dinheiro desviado de contratos firmados com o próprio governo Dilma. Segundo investigações, Bené se aproximou do PT durante o segundo mandato do governo Lula.
Bené foi solto naquela época, mas acabou preso novamente em abril deste ano, quando decidiu fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e dar detalhes do esquema. Suas revelações deramum novo impulso à Operação Acrônimo e ele se beneficiou com prisão domiciliar.
Bené é amigo do governador Fernando Pimentel e ajudou a elegê-lo governador de Minas Gerais, em 2014. Entre os seus bens, constam um avião bimotor – onde viajou Pimentel durante a campanha. Em delação, disse que o Grupo Caoa pagou R$ 20 milhões ao governador de Minas, o Pimentel. Os pagamentos, segundo Bené, ocorreram entre 2013 e 2014, ano em que o petista deixou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para candidatar-se ao governo.
Dos R$ 20 milhões, afirmou o delator, R$ 7 milhões foram repassados diretamente a Pimentel no exterior. O restante teria sido usado na campanha.
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