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Investigada por PF e MP, prefeita de Ribeirão foi alvo de pedido de prisão

Mandado contra Dárcy foi rejeitado por falta de sustentação, diz advogada.

Operação Sevandija apura fraude de R$ 203 milhões em licitações.


Rodolfo Tiengo | G1 Ribeirão e Franca


A prefeita de Ribeirão Preto (SP), Dárcy Vera (PSD), foi alvo de um pedido de prisão temporária no decorrer da Operação "Sevandija", confirmou a advogada da chefe do Executivo, Cláudia Seixas.


Dárcy Vera afirma que deixou de receber R$ 146 milhões em repasses do FPM (Foto: Chico Escolano/EPTV)
Dárcy Vera foi alvo de pedido de prisão temporária negado na Operação Sevandija (Foto: Chico Escolano/EPTV)

Realizada em meio às investigações da Polícia Federal e do Ministério Público contra fraudes de R$ 203 milhões em licitações da administração municipal, a solicitação foi rejeitada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) por falta de elementos, segundo Cláudia.

A casa de Dárcy Vera foi um dos alvos da operação desta quinta-feira (1º). No local, agentes cumpriram mandado de busca de documentos que possam ligar a mandatária aos desvios apurados em compras da Companhia de Desenvolvimento de Ribeirão Preto (Coderp), no Departamento de Água e Esgoto (Daerp) e na Secretaria Municipal da Educação.

Não encontrada em sua residência nesta quinta pelos agentes, a prefeita alegou ter viajado a São Paulo para cuidar de compromissos particulares.

"Existia um pedido de prisão temporária, mas isso foi afastado, porque não tem a mínima sustentação fática pelo desembargador e relator do caso. Com relação a Dárcy só foi cumprido mandado de busca e apreensão no que tange a documentos", disse Cláudia Seixas, que não especificou datas sobre o pedido de prisão.

Procurado, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que Dárcy é alvo de processos, mas que estes correm em segredo de Justiça.

Procuradoria-Geral de Justiça

 
A busca por documentos na casa de Dárcy Vera foi uma tentativa de buscar elementos que a relacionem às fraudes nas licitações, confirmou a Procuradoria-Geral de Justiça.

Em nota, o órgão informou que as diligências foram expedidas pelo desembargador Marcos Correa, da 6ª Câmara de Direito Criminal do TJ, e que outros detalhes não serão divulgados para preservar as investigações e o sigilo determinado pela Justiça.

"As diligências foram efetuadas em atuação coordenada com o Núcleo de Ribeirão Preto do Gaeco, com apoio da Polícia Federal. As buscas realizadas na residência e no gabinete da prefeita de Ribeirão Preto tiveram como objetivo reunir elementos de convicção acerca da ocorrência de infrações penais ligadas à função pública exercida pela requerida", informou.

Operação Sevandija

 
Além da casa da prefeita, a Operação Sevandija cumpriu nesta quinta 11 mandados de prisão de suspeitos de participação no esquema, dentre eles do secretário municipal de Educação, Ângelo Invernizzi Lopes, e do superintendente do Daerp, Marco Antônio dos Santos, além de dois funcionários da Coderp, um do Daerp, dois advogados e quatro empresários. Dois suspeitos não foram encontrados.

Outros 17 mandados de condução coercitiva - quando a pessoa é levada à força para prestar depoimento -, como o do presidente da Câmara, Walter Gomes (PTB), e 48 de busca e apreensão foram cumpridos.

As diligências resultaram na apreensão de cerca de R$ 320 mil em dinheiro e mais 12 veículos de luxo.

Segundo a Polícia Federal e o Ministério Público, nove vereadores de Ribeirão investigados no esquema foram suspensos de suas funções públicas. Além de Gomes, são investigados Samuel Zanferdini (PSD), Evaldo Mendonça da Silva, o Giló (PTB), Capela Novas (PPS), Genivaldo Gomes (PSD), Cícero Gomes (PMDB), José Carlos de Oliveira, o Bebé (PSD), Maurilio Romano (PP) e Saulo Rodrigues da Silva, o Pastor Saulo (PRB).

Todos compõem a base aliada da prefeita Dárcy Vera (PSD) e estão proibidos de entrar na Câmara - os gabinetes foram lacrados.

Eles são suspeitos de indicar pessoas que deveriam ser contratadas para prestação de serviços à Prefeitura, por intermédio da Coderp. O MP estima que 700 funcionários ocupem esses postos terceirizados.

Expressão que denomina a operação, "Sevandija” quer dizer "pessoa que vive à custa alheia."



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