Levantamento encontra até pessoas registradas como mortas
Diário do Poder
Um em cada 3 doadores que contribuíram para as campanhas municipais de outubro tem indício de irregularidade, segundo levantamento realizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Técnicos do TCU identificaram irregularidades em 38.985 doadores, de um universo de 114.526, o que representa 34%. O levantamento também encontrou indícios de irregularidade em 1.426 de 60.952 fornecedoras (2,34%).
Na avaliação do presidente do TSE, é "bem alto" o fato de 1 em cada 3 doadores apresentar indícios de irregularidades (Foto: Marcelo Camargo/ABr) |
Entre as principais suspeitas de irregularidade estão a contribuição feita por pessoas que aparecem registradas como mortas ou são beneficiárias do programa Bolsa Família.
As informações foram geradas a partir do cruzamento de informações prestadas pelas campanhas dos candidatos e o banco de dados do governo federal, como o Sistema de Controle de Óbitos (Sisob) e o Cadastro Único. Os dados foram entregues ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta segunda-feira, 5.
"Temos de acompanhar isso com muito rigor. Já tivemos no passado mortos que votavam, agora temos mortos que doam", disse o presidente do TSE, Gilmar Mendes, depois de receber o relatório das mãos do presidente do TCU, Aroldo Cedraz, em Brasília.
O TSE irá repassar agora as informações aos juízes eleitorais, que terão cinco dias para pedir diligências e aprofundar as investigações. Caso as irregularidades sejam confirmadas, elas podem eventualmente levar à impugnação de candidaturas.
"Mudamos o paradigma em termos de verificação, a prestação de contas vai deixar de ser um faz de contas", comentou Gilmar Mendes. Na avaliação do presidente da Corte Eleitoral, é "bem alto" o fato de 1 em cada 3 doadores apresentar indícios de irregularidades.
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