Baixada Fluminense
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Nova Iguaçu
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Procuradoria Regional Eleitoral
Rio de Janeiro
Seropédica
taxa eleitoral
Vera Araújo | O Globo
RIO — A Polícia Federal instaurou inquérito policial para apurar a cobrança de taxas eleitorais pelos milicianos das zonas Norte e Oeste, além da Baixada Fluminense, para candidatos fazerem campanha em seus domínios, conforme O GLOBO revelou na última quarta-feira. A polícia atendeu a determinação da Justiça Federal e o pedido da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) no Rio de Janeiro, que apurasse os fatos. A investigação deverá ficar sob a responsabilidade da Delegacia de Defesa Institucional (Delinst) da PF.
Os repórteres do GLOBO constataram que candidatos pagaram de R$ 15 mil a R$ 120 mil, de acordo com a densidade eleitoral local, para ter o direito de fazer campanha com exclusividade em territórios dominados por esses grupos, denunciando a existência de uma tabela de preços. O TRE já havia recebido as denúncias e discutido o assunto nas reuniões com as autoridades de segurança, mas nada havia sido apurado sobre as cobranças ilegais das milícias.
Na cartilha dos milicianos, quem não paga a “taxa eleitoral” não entra nas áreas dominadas. A tabela, no início da campanha, previa pagamentos de R$ 80 mil a R$ 120 mil, dependendo da densidade eleitoral do bairro. A Zona Oeste do Rio, região que tradicionalmente define eleições, por ser mais populosa, é a mais valorizada.
As áreas mais nobres são Campo Grande e Santa Cruz. Há cobrança ainda nos bairros de Inhoaíba, Santa Margarida, Rio das Pedras, Guaratiba e na localidade do Magarça. Na reta final da campanha, foi estabelecido um “desconto”: a tabela foi reduzida para R$ 60 mil nos últimos dez dias.
As favelas da Zona Norte também não ficaram de fora. Em comunidades como a Kelson’s, na Penha, o “ingresso”, com direito a instalação de placas nas casas dos moradores, é de R$ 15 mil. Nestes locais, é comum ver penduradas propagandas de, no máximo, três candidatos.
Já em cidades da Baixada, os valores ficam entre R$ 50 mil e R$ 80 mil, para a campanha de setembro a 2 de outubro. Há grupos atuando em Nova Iguaçu, Seropédica, Duque de Caxias e Magé, muitos deles depois de expandir seus domínios da Zona Oeste para essas áreas.
PF instaura inquérito para apurar cobrança de taxa eleitoral por milicianos
Segundo reportagem do GLOBO, candidatos pagariam até R$ 120 mil a milícia para fazer campanha
Vera Araújo | O Globo
RIO — A Polícia Federal instaurou inquérito policial para apurar a cobrança de taxas eleitorais pelos milicianos das zonas Norte e Oeste, além da Baixada Fluminense, para candidatos fazerem campanha em seus domínios, conforme O GLOBO revelou na última quarta-feira. A polícia atendeu a determinação da Justiça Federal e o pedido da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) no Rio de Janeiro, que apurasse os fatos. A investigação deverá ficar sob a responsabilidade da Delegacia de Defesa Institucional (Delinst) da PF.
Operação da Polícia Federal para apurar denúncia de atuação de milícia no Parque da Pedra Branca, em Jacarepaguá, em 2012 - Márcia Foletto / Agência O Globo |
Os repórteres do GLOBO constataram que candidatos pagaram de R$ 15 mil a R$ 120 mil, de acordo com a densidade eleitoral local, para ter o direito de fazer campanha com exclusividade em territórios dominados por esses grupos, denunciando a existência de uma tabela de preços. O TRE já havia recebido as denúncias e discutido o assunto nas reuniões com as autoridades de segurança, mas nada havia sido apurado sobre as cobranças ilegais das milícias.
Na cartilha dos milicianos, quem não paga a “taxa eleitoral” não entra nas áreas dominadas. A tabela, no início da campanha, previa pagamentos de R$ 80 mil a R$ 120 mil, dependendo da densidade eleitoral do bairro. A Zona Oeste do Rio, região que tradicionalmente define eleições, por ser mais populosa, é a mais valorizada.
As áreas mais nobres são Campo Grande e Santa Cruz. Há cobrança ainda nos bairros de Inhoaíba, Santa Margarida, Rio das Pedras, Guaratiba e na localidade do Magarça. Na reta final da campanha, foi estabelecido um “desconto”: a tabela foi reduzida para R$ 60 mil nos últimos dez dias.
As favelas da Zona Norte também não ficaram de fora. Em comunidades como a Kelson’s, na Penha, o “ingresso”, com direito a instalação de placas nas casas dos moradores, é de R$ 15 mil. Nestes locais, é comum ver penduradas propagandas de, no máximo, três candidatos.
Já em cidades da Baixada, os valores ficam entre R$ 50 mil e R$ 80 mil, para a campanha de setembro a 2 de outubro. Há grupos atuando em Nova Iguaçu, Seropédica, Duque de Caxias e Magé, muitos deles depois de expandir seus domínios da Zona Oeste para essas áreas.
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